Um dos motivos para o Multiverso Convergente ter sido
reativado é a minha necessidade de postar análise de basicamente tudo que
compro/consumo, e a aquisição mais recente trata-se de uma Xiaomi Mi Band 2.
Mi Band 2 - Foto: Reprodução |
Confesso que nunca fui fã da proposta de wearables, os populares vestíveis, na tradução direta. Smartwatch sempre me pareceu o conceito de algo que nunca gostaria de ter, o que mudou quando recebi em casa o “smartwach” (se desse, encaixaria muito mais aspas aqui) da PROTESTE, o U8, de baixo custo. Ele trazia algumas funções básicas como calculadora, sincronização de mensagens e notificações por bluetooth e me deixava até mesmo controlar a câmera do celular, trocar músicas em determinados aplicativos e receber/realizar chamadas, tudo isso dependendo e muito do smartphone.
Se algum aficionado por tecnologia estiver lendo isso aqui,
com certeza deve ter pensado que conheci o conceito de smartwatch da forma
errada, e provavelmente está muito certo. Bom, vamos deixar a análise do U8
para outro post e focar na Mi Band. Dia desses vi que ela estava com um preço
muito convidativo no Brasil – cerca de R$ 100 em alguns sites, o que é muito
barato para um produto da marca Xiaomi, mesmo levando em conta que a pulseira
foi lançada há dois anos – e foi o que me fez correr atrás de adquirir uma.
Estou com a Mi Band 2 e acredito que seja o momento de fazer
o tal do late review do dispositivo.
Funções
Nem a Xiaomi e nem os muitos blogueiros/youtubers de
tecnologia mentem ao deixar claro que a Mi Band 2 possui funções bem básicas
(afinal, ela é uma pulseira inteligente, apenas): contador de passos e
distância percorrida, batimentos cardíacos e monitoramento do sono, além de
mostrar as horas.
Em comparação ao meu “smartwatch”, são dezenas de funções a
menos, porém muito mais eficientes. A Mi Band não necessita de um smartphone conectado o tempo todo para
funcionar e coletar dados, mas sincroniza com o dispositivo tudo que ela
coletou sobre você ao longo do dia.
O que mais me chamou atenção foi a possibilidade de
monitorar meus batimentos cardíacos ao longo do dia. Por ser hipertenso (e
MUITO hipocondríaco, segundo minha esposa), gosto de acompanhar em qual estado
se encontram minhas funções cardíacas, e devo confessar que monitorar os
batimentos no momento em que quero torna tudo muito mais prático.
A questão do contador de passos que funciona (estou fazendo
uma cara feia para o U8 enquanto escrevo este exato trecho) também é muito
bacana. Os sensores da pulseira reconhecem quando estou caminhando/fazendo
esteira ou simplesmente pedalando, e pelo aplicativo Mi Fit é possível “ensinar”
quando estou na bicicleta, melhorando ainda mais a precisão da smartband.
A cereja do bolo é o monitoramento do sono. É uma opção que
não vem ativada por padrão, por gastar mais bateria, pois o dispositivo
frequentemente mede seus batimentos cardíacos para ter mais precisão e poder
mensurar coisas como em qual fase do ciclo de sono você está. No entanto, aí
fica minha ressalva: talvez esta função não seja tão precisa quanto de fato diz
ser.
Claro, estas próximas linhas se limitam à minha experiência,
que obviamente não é a definitiva ou padrão. Na noite anterior à que escrevo
este post, dormi por aproximadamente seis horas. A pulseira conseguiu calcular
bem qual foi o intervalo em que eu estava acordado e dormindo neste ciclo –
inclusive o momento em que acordei quando minha esposa chegou da aula e quantos
minutos demorei para voltar a dormir.
Parece que eu acordo fácil, de acordo com a Mi Band |
No entanto, o relatório que recebi pela manhã apontava que
tive pouco mais de uma hora de sono profundo e que sou “acordável” facilmente.
Tenho que discordar e muito desse ponto específico, pois tenho um sono MUITO
pesado, e geralmente configuro de três a quatro alarmes diferentes no celular –
tanto no meu quanto no da minha esposa – para levantar pela manhã. Até aqui, é
minha única ressalva em relação à pulseira, mas acredito que seja questão de costume,
de habituar o monitoramento à minha rotina, afinal de contas, faz pouquíssimo
tempo que estou usando o dispositivo.
Outra função bacana na Mi Band é mostrar ícones de
aplicativos que estão mandando notificações pra você. Como a tela é
ridiculamente pequena, aparece apenas o ícone mesmo – e isso ocorre até em
situações onde o usuário recebe ligações. Nas análises que assisti e li, muita
gente apontou isso como fator negativo da pulseira, mas tenho uma visão
contrária. Afinal, se você quer ter mais controle sobre o smartphone, poder ler
notificações e pular a música que está ouvindo atualmente, não seria melhor um
smartwatch?
Acredito que talvez seja exigir demais de um dispositivo que
custa aproximadamente R$ 70 em sites chineses e que de longe não tenta sequer
chegar próximo de um smartwatch – além do mais, a Mi Band 3 já foi lançada e
traz essas “funções essenciais” que muitos pediram.
Aplicativo
O “coração” da Mi Band 2 está no aplicativo Mi Fit, que
conecta o dispositivo aos smartphones e te apresenta verdadeiros relatórios do
que ocorreu ao longo do dia. Por ele é possível configurar alarmes, definir
controle por gestos e ter um verdadeiro mapa das suas atividades físicas,
monitoramento de batimentos cardíacos e de sono.
Dá até pra estabelecer algumas metas pelo Mi Fit, como
quantos passos você quer dar por dia, qual peso quer alcançar, entre outras
coisas.
Adivinha só quem não é sedentário? |
Há quem considere o Mi Fit muito simples, enquanto
particularmente acredito que ele resolve tudo (ou quase) que é necessário em
relação à pulseira. Através dele é possível configurar até mesmo o smartlock,
possibilitando o desbloqueio do smartphone enquanto a pulseira estiver por
perto.
Uma recomendação forte que li em várias análises é a
utilização do aplicativo Tools & Mi Band. Ele é pago, e dizem que traz
relatórios muito mais detalhados, além de agregar funções ao dispositivo.
Cheguei a ler relatos de pessoas que usam aplicativos de terceiros para usar o
botão da pulseira para trocar música, por exemplo.
Novamente, se o usuário busca um produto mais completo, digamos assim, não seria o
caso de investir a grana em outra aquisição?
Bateria
Confesso que a bateria atendeu às expectativas. A Xiaomi
promete duração de até 20 dias – exceto com monitoramento do sono preciso ativo
e monitoramento automático frequente de batimentos cardíacos, que drenam a
carga – e, pelo meu uso, tudo indica que esta meta vai ser alcançada.
Como a Mi Band 2 usa Bluetooth 4.0 Low Energy o consumo é mínimo tanto na pulseira quanto no smarthone
que estiver pareado a ela.
Veredito
Levando em conta há quanto tempo tenho a Mi Band 2, ainda me
parece muito cedo para dar alguma conclusão definitiva, mas análises pedem
isso. Se você é do tipo que procura algum dispositivo para ajudar nos acompanhamento
de exercícios físicos ou até mesmo monitorar sua movimentação diária, a Mi Band
2 com certeza faz o seu tipo.
Custando cerca de R$ 100 em sites como o Mercado Livre e
similares, é uma compra boa de ser feita até mesmo no Brasil. Já se você
procura algo mais completo, há outros dispositivos que podem te agradar, como a
Honor Band 3, a Mi Band 3 – comercializada no Brasil por módicos R$ 200 em
média – e a Amazfit, linha de pulseiras inteligentes de uma subsidiária da
Xiaomi.
Então, caso haja interesse de sua parte na aquisição da Mi
Band 2, pode ir fundo que a chance de arrependimento é mínima.
Extras
Para concluir mesmo o POST deixo algumas considerações
finais:
• Achei que a tela tem um brilho bem fraco sob a luz do sol.
Talvez um mero detalhe, mas que atrapalha ver as horas durante uma pedalada,
por exemplo.
• Ainda sobre o brilho, li que algumas unidades da Mi Band 2
apresentaram defeito de brilho fraquíssimo e outras que tiveram o defeito
depois de algumas atualizações. Cabe ficar atento nisso.
• Por algum motivo que ainda não consegui descobrir, há diversos
relatos apontando para a incompatibilidade da função de ler batimentos
cardíacos em negros. E isso é MUITO bizarro.
• O carregador da pulseira é proprietário. Como você
provavelmente vai usá-lo de 20 em 20 dias, deixe guardado em um lugar fácil de
encontrar, pois terá dor de cabeça se precisar comprar outro.
• Até tentei tirar fotos da pulseira para colocar no post,
porém a câmera do meu celular não é lá essas coisas durante a noite, então
acabei desistindo. Mas os prints do Mi Fit são meus :P
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