quarta-feira, 13 de julho de 2016

Conheça o Adobe Muse

Tenho de confessar que sempre fui um cara cĂ©tico quando o assunto se trata de programas focados na criaĂ§Ă£o de sites. Quando comecei a estudar o bĂ¡sico da programaĂ§Ă£o web passei a ler muito sobre os softwares que estavam em voga na Ă©poca, e como muitos os achavam milagrosos. Posso citar aqui o clĂ¡ssico (e morto hĂ¡ muito tempo) Microsoft Frontpage. Em praticamente todos os lugares que eu buscava o conhecimento, 90% das pessoas apontavam o dedo para o programa e o acusavam de gerar cĂ³digo desnecessĂ¡rio, poluindo o arquivo fonte do site. Sem falar nas limitações do Frontpage, que realmente era voltado para quem quisesse criar sites institucionais.

Paralelo a ele corria o DreamWeaver, da Adobe, tambĂ©m focado na criaĂ§Ă£o de pĂ¡ginas web, porĂ©m mais completo e com diversas possibilidades. Quem optava por escrever o cĂ³digo no DreamWeaver contava com ferramentas que tornavam a visualizaĂ§Ă£o do cĂ³digo mais amigĂ¡vel, e um sem fim de opções. Vale citar aqui tambĂ©m os criadores como Kompozer, NVU e outros, disponibilizados de forma gratuita.

Apesar de toda essa gama de opções, sempre optei por criar o que quer que fosse escrevendo os cĂ³digos desde o inĂ­cio, usando o glorioso Notepad++ para deixar tudo mais legĂ­vel. HĂ¡ alguns meses, porĂ©m, conheci o Adobe Muse. Confesso que tive pouco tempo para estudar todo o universo relacionado a ele, mas ouso dizer que se trata do sucessor espiritual do DreamWeaver, e muito melhorado. O programa Ă© bem completo e descomplicado, possibilitando a qualquer um criar suas pĂ¡ginas com alguns poucos cliques. AlĂ©m de tudo ele oferece toda uma biblioteca de plugins e widgets para incrementar as pĂ¡ginas, e conta com uma comunidade envolvida que ajuda a solucionar muitas dĂºvidas e resolver problemas que podem surgir durante o desenvolvimento de um site.


O Muse Ă© bem completo, e com ele Ă© possĂ­vel criar sites de diversas proporções (desde uma pĂ¡gina simples para um institucional atĂ© algo de proporções gigantescas e com design responsivo). Se vocĂª Ă© uma daquelas pessoas que sempre quis criar o seu site, mas passa longe de plataformas como Blogger, Wordpress e WIX, o Muse se encaixa perfeitamente no teu perfil. Caso queira dar uma chance e experimentar, ele faz parte da suĂ­te de aplicativos CreativeCloud. Neste canal aqui tem alguns vĂ­deos bacanas para quem quer conhecer um pouco mais da ferramenta na prĂ¡tica. HĂ¡ tambĂ©m o site Rede Muse ManĂ­acos, que conta com muito conteĂºdo voltado para os usuĂ¡rios do programa e recomendo fortemente.  

sĂ¡bado, 9 de julho de 2016

CrĂ´nicas Mitty – CapĂ­tulo 1



CapĂ­tulo 1

Otto sentia seu sangue ferver nas veias. Em poucos instantes seu fôlego quase zerara. Os olhos haviam mudado de cor, tomando um tom amarelado enquanto ele se focava no alvo. Os longos cabelos castanhos do rapaz pingavam devido ao suor. Ele encarava firmemente o monstruoso Dave, um soldado que media duas vezes o seu tamanho e era força bruta pura.

O treinamento ministrado pela OrganizaĂ§Ă£o Mitty era relativamente simples qunado comparado ao proporcionado por sua famĂ­lia, porĂ©m Otto estava exausto depois de um dia inteiro de lutas contra oponentes muito maiores que ele. Seu semblante era totalmente o oposto do adversĂ¡rio, que se preparava para mais uma investida. Parecia que alguĂ©m de dentro da OrganizaĂ§Ă£o estava tentando sabotar a entrada do rapaz, sempre colocando obstĂ¡culos impossĂ­veis para serem transpostos, fossem eles algumas missões inventadas em lugares perigosos ou uma sĂ©rie de lutas contra dez soldados de elite. 

O vento soprava no campo de treino e, enquanto alguns membros com cargo mais alto da OrganizaĂ§Ă£o assistiam a luta com olhar de desdĂ©m em relaĂ§Ă£o a Otto, havia uma jovem ruiva que acompanhava a luta. Se tratava de FelĂ­cia, cujos olhos azuis estavam fixos na postura de Otto. Frente a frente com um dos oponentes mais fortes que havia enfrentado ao longo dos treinos, o rapaz sentia o olhar da moça focado em si. O jovem nĂ£o desistiria facilmente da luta.

- Vai usar o mesmo truque enovamente? Rapazinho, vocĂª nĂ£o tem gĂ¡s para lidar comigo por mais tempo. - bradou Dave, ao perceber os olhos amarelados do adversĂ¡rio.

Otto nĂ£o ligava para a provocaĂ§Ă£o. Sabia que a energia estava no limite, mas precisava apostar tudo que tinha naquele Ăºltimo golpe. Que viessem mais lutas depois, mas ele nĂ£o cairia ali. A tonalidade amarelada em seus olhos ficou mais forte. O jovem investiu contra o adversĂ¡rio e conseguiu perceber tudo que se passava ao seu redor. Ele pode sentir desde os pĂ¡ssaros sobrevoando o campo de treino atĂ© a poeira se levantando a cada movimento. NĂ£o era Otto que ficava mais rĂ¡pido, era o mundo que ficava mais lento. A percepĂ§Ă£o de Dave era outra, ao ver o adversĂ¡rio se movendo em uma velocidade absurda. O soldado grandalhĂ£o tentou se defender, mas foi impossĂ­vel.

Otto foi rĂ¡pido ao desferir cinco socos com precisĂ£o cirĂºrgica nas pernas do oponente, que caiu em questĂ£o de segundos. O soldado nĂ£o aguentaria mais um embate e desistiu. Surpresos, os supervisores que acompanhavam o treinamento declararam que aquela etapa estava concluĂ­da. 

- Falta apenas uma Ăºltima atividade que lhe serĂ¡ anunciada em breve, e vocĂª poderĂ¡ ser considerado um membro da OrganizaĂ§Ă£o, jovem Fanyc. Por enquanto vĂ¡ descansar, mas se lembre que poderemos lhe chamar a qualquer momento que nos for conveniente. - disse Alain Bornaz, membro de elite que analisava as lutas.

A comitiva dos membros de alto escalĂ£o saiu do local por uma das portas que levavam atĂ© a sede, enquanto o rapaz e seu oponente reuniam forças para se levantar. 

- Devo admitir que vocĂª me deu muito trabalho, rapaz. - disparou Dave enquanto se erguia.
- Obrigado pelo... Err...logio? - Otto estava confuso.
- Pode considerar que sim. É a primeira vez que vejo um oponente se fortalecer durante uma luta. E dominar a Visio em pleno campo de batalha nĂ£o Ă© algo que todo mundo consegue.

Visio era o nome da habilidade que Otto usara durante o combate. Assim que ativada, ela permitia ao usuĂ¡rio uma percepĂ§Ă£o maior de tudo que o envolvia, fazendo com que seu cĂ©rebro agisse mais rĂ¡pido e enxergasse as coisas de forma mais clara. A Visio era usada geralmente por soldados de elite, mas a famĂ­lia Fanyc havia explorado suas possibilidades, a transformando em algo comum aos seus descendentes. UsuĂ¡rios comuns conseguiam desenvolver trĂªs nĂ­veis da habilidade, sendo o Ăºltimo alcançado por aqueles considerados quase deuses, enquanto os Fanyc conseguiam alcançar nĂ­veis ainda mais altos.

- VocĂª percebeu, nĂ£o foi? - questionou Otto.
- SĂ³ nĂ£o viu quem nĂ£o quis, rapaz. VocĂª chegou ao terceiro nĂ­vel. - Dave respondeu.
- Na verdade estĂ¡ mais para 1.5. NĂ£o alcancei nem o segundo ainda. - Otto afirmou, sem jeito.
- Ainda no primeiro? Garoto, nĂ£o minta pra mim.
- NĂ£o estou faltando com a verdade, senhor. Sou considerado um dos mais atrasados quando se trata de habilidades na minha famĂ­lia. - a sinceridade no olhar de Otto era clara. 
- Que seja. Se vocĂª luta dessa forma e ainda nĂ£o Ă© desenvolvido, mal posso esperar para quando for moldado pela OrganizaĂ§Ă£o.

Dave finalmente tinha forças para caminhar. NĂ£o admitira, mas os golpes que recebeu ainda doĂ­am. Em todos os seus mais de dois sĂ©culos vividos ele nunca havia enfrentado alguĂ©m com tamanha força e potencial quanto Otto. Pensava consigo que o garoto seria excepcional, e saiu do campo de treino.

~~

Assim que todos saĂ­ram do campo de treino FelĂ­cia se aproximou de Otto. Ela preparava as mĂ£os para, mais uma vez, curar os estragos que o jovem sofrera durante o dia. Seus cabelos ruivos balançavam furiosamente, refletindo a expressĂ£o que o rosto da moça apresentava.

- É bom vocĂª aprender a se curar rĂ¡pido. Eu nĂ£o posso perder todo um dia de serviço do esquadrĂ£o e ficar te observando apanhar. - bradou FelĂ­cia.
- Apanhar? NĂ£o Ă© bem assim. Eu passei por cima de cada um dos adversĂ¡rios que a OrganizaĂ§Ă£o me impĂ´s. Eles apanharam de mim! - respondeu Otto, elevando a voz.
- EntĂ£o me explica suas roupas estarem rasgadas e todos esses machucados no seu corpo. Seu idiota! - falou a moça, enquanto as mĂ£os brilhavam tocando os ferimentos no corpo de Otto.
- Se nĂ£o quer cuidar de mim entĂ£o nĂ£o assista as minhas sessões! É tĂ£o simples, senhorita FelĂ­cia Stewart. Se nĂ£o quiser se incomodar com meus problemas, cuide duas suas missões! - o jovem parecia furioso. 

Otto nĂ£o chamava FelĂ­cia pelo nome completo em situações comuns. SĂ³ fazia isso quando a moça o irritava. Ao ver que havia desestabilizado o rapaz ela caiu em si e mudou sua expressĂ£o.

- Me desculpa. É que nĂ£o suporto ver vocĂª brigando sem necessidade. NĂ£o precisa provar nada pra ninguĂ©m, Otto!

Ele nĂ£o respondeu de imediato. Percebeu que FelĂ­cia foi rĂ¡pida em curar seus ferimentos e entĂ£o se levantou. Olhou ao redor e viu que estava escurecendo. Muitas horas haviam se passado desde o começo da sessĂ£o, e entĂ£o ele se deu conta de que a moça estava presente desde o inĂ­cio, nĂ£o perdendo nenhuma luta e esperando que tudo acabasse para amparĂ¡-lo. Otto abaixou a guarda e abraçou FelĂ­cia.

- O que estĂ¡ acontecendo Ă© muito maior do que eu. É o nome da minha famĂ­lia que estĂ¡ em jogo. É a paz da minha mĂ£e e dos meus irmĂ£os, e quem sabe atĂ© dos descendentes que estĂ£o por vir. Sei que nĂ£o gosta do que tem visto desde que meu treinamento aqui começou. EstĂ£o pegando pesado pra me tirar fora, mas eu preciso conseguir, e preciso que continue sendo forte, FelĂ­cia. - Otto falou em seu ouvido.

A moça entendia o que estava acontecendo, mas nĂ£o queria aceitar. Ela gostava de Otto desde que eram pequenos. Era sempre protegida por ele e quando cresceu os papĂ©is se inverteram. Como sua famĂ­lia tinha boa relaĂ§Ă£o com a OrganizaĂ§Ă£o ela nĂ£o teve maiores dificuldades para passar pelo treinamento e se alistar em um dos esquadrões. Fazia pequenas missões e tinha renda para se sustentar. Os Fanyc, no entanto, eram considerados renegados pela OrganizaĂ§Ă£o, que sĂ³ nĂ£o havia declarado uma guerra aberta porque saibam da influĂªncia que a famĂ­lia tinha com pessoas importantes. Otto tentava acalmar os Ă¢nimos de todos ao passar pelo treinamento e almejava criar um bom relacionamento com Andrew Padilha, o diretor. SĂ³ assim a perseguiĂ§Ă£o pararia, ou ao menos ele acreditava nisso. PorĂ©m doĂ­a em FelĂ­cia ver que o jovem sofria tanto ao lutar por um ideal. De repente a moça começou a chorar nos braços de Otto.

O rapaz a abraçou ainda mais forte e percebeu qual a motivaĂ§Ă£o do choro de FelĂ­cia. A partir daquele momento ela chorava nĂ£o por apenas ver o fardo que Otto carregava, mas sim porque decidiu carregar o peso do mundo junto com ele. Durante aqueles minutos, enquanto a noite começava a cair, FelĂ­cia sĂ³ pensava na felicidade de Otto, enquanto ele sĂ³ pensava na felicidade dela. Juntos eles saĂ­ram do campo de treino em silĂªncio, mas levavam consigo a certeza de que um estaria lĂ¡ pelo outro, sempre que fosse necessĂ¡rio.

terça-feira, 5 de julho de 2016

O Batedor e a Caçadora - PrĂ³logo


 ApĂ³s a grande explosĂ£o, que remodelou o planeta e nossas vidas, os seres humanos evoluĂ­ram para uma nova espĂ©cie, os Mitty, seres excepcionais com mutações incrĂ­veis que lhes proporcionaram poderes inimaginĂ¡veis.
 A junĂ§Ă£o dos continentes resultou no que hoje chamamos de Naroly, um Ăºnico reino repartido em 50 distritos e diferentes classes Mitty. Logicamente cada classe Ă© classificada de acordo com suas especificações fĂ­sicas, mĂ­sticas e “magicas”. Existem tambĂ©m seres que renegam a sua mutaĂ§Ă£o, decidindo viver sem usar seus poderes. Essa nĂ£o Ă© uma prĂ¡tica incomum, muitos dos ancestrais dessa nova geraĂ§Ă£o decidiram continuar com as vidas que levavam antes da explosĂ£o, mesmo com suas mutações.
 O hĂ¡bito nĂ£o necessariamente Ă© passado em famĂ­lia. VĂ¡rios Mittys, por ocorrĂªncia de algum trauma ou simplesmente em busca de redenĂ§Ă£o tambĂ©m aderem a essa prĂ¡tica. Para eles existe um distrito, um lugar onde podem viver tranquilamente suas vidas distantes daqueles que possuem poderes, o distrito 47. Esse distrito Ă© conhecido por ser a habitaĂ§Ă£o dos Humani, a classe daqueles que renegam seus poderes ou que tem poderes inĂºteis ou quase nulos, em si um distrito pacato, que remete muito Ă s antigas cidades que um dia enfeitaram nosso planeta, em alguns pontos arranha-cĂ©us, em outros, pequenas vilas habitadas por cinco ou seis famĂ­lias.
 O mĂªs Ă© março do ano 2100 D.E. (depois da explosĂ£o). Especificamente ao sul do distrito, existe um vilarejo comum habitado por cerca de 150 famĂ­lias, algumas renegadas e outras meramente sem poderes. Ao leste do vilarejo, em uma praça simples, hĂ¡ Ă¡rvores, quatro bancos espalhados, um em cada lado do parque, e uma quadra de esportes, onde podemos ver crianças soltas, correndo e brincando. Em um dos bancos hĂ¡ dois pais, ambos de meia idade, conversando sobre seus filhos, sendo um com poderes desconhecidos, mas supostamente fraco, de estatura mĂ©dia, cabelos pretos, olhos castanhos. O outro, um renegado, de porte atlĂ©tico, cabelo de cor vermelho fogo e olhos cinzentos, um olhar morto.
 – Eu nĂ£o sei o que fazer. Mesmo vindo de uma famĂ­lia renegada, MarĂ­n insiste em ser uma caçadora, diz que quer ir pra academia daqui a dois anos e eu nĂ£o sei se estou preparado pra deixar minha filha partir, Victor – disse aflito o homem de cabelos vermelhos
– Vlad, eu diria que estou passando pelo mesmo problema. Eu sou um Humani de nascença, todos da minha famĂ­lia sĂ£o.  No seu caso ainda existe uma tranquilidade, sua filha possui poderes, ela tem como se proteger, jĂ¡ no meu...   disse Victor, abaixando sua cabeça
 – Fala de Dylan?
– Sim, o garoto insiste em ser batedor, e eu jĂ¡ nĂ£o sei mais o que dizer.  NĂ£o quero meu filho no meio de seres poderosos e perigosos, ele Ă© um reles Humani nĂ£o tem por que querer seguir esse caminho, mesmo assim ele sempre fala em como deve ser legal ter poderes e viver gloriosas batalhas –
– Me desculpe, acho que ele acaba sendo um pouco influenciado pela MarĂ­n, ultimamente a garota nĂ£o para de falar sobre isso –
– Acho que nĂ£o, Vlad.  Os dois sĂ£o grandes amigos, possuem os mesmos objetivos... Mesmo ainda sendo crianças eu acho que estĂ£o bem convictos do que querem –
– Pois Ă©, eu sĂ³ nĂ£o sei atĂ© onde isso pode fazer mal aos dois  –
– MarĂ­n, Dylan, hora de ir pra casa –
 Vieram de cerca de 50 metros de onde os homens conversavam duas crianças de dez anos correndo.  A menina possuĂ­a cabelos roxos, estatura mĂ©dia e olhos verdes, bem diferentes dos do pai. O menino possuĂ­a cabelos pretos, estatura mĂ©dia e olhos castanhos. Alguns diriam que se trata de uma cĂ³pia perfeita do pai. As crianças e os pais se despediram e foram cada um para um lado.
 Aquele foi o Ăºltimo encontro dessas duas crianças. Desde entĂ£o 15 anos se passaram, e eu nĂ£o sei qual foi o caminho que a MarĂ­n seguiu, mas continuo correndo atrĂ¡s dos meus sonhos. Continuo tentando ser aceito na academia de recrutas. Havia tentado por cinco vezes nos Ăºltimos anos, mas sequer passei da prova fĂ­sica. Continuo tentando tambĂ©m dominar os poderes de minha famĂ­lia. Apesar de serem poucos, acho que consigo despertar alguma coisa a mais com eles. NĂ£o sei por que, mas tenho a sensaĂ§Ă£o de que nossos caminhos irĂ£o se cruzar.

sĂ¡bado, 2 de julho de 2016

CrĂ´nicas Mitty – PrĂ³logo


A histĂ³ria do mundo pode ser divida em duas etapas: antes e depois da explosĂ£o. Antes dela os seres humanos viviam em seus respectivos continentes e pequenos universos, cada um com suas ambições, rotinas, decepções e lutas diĂ¡rias.

Por volta do ano 150 A.E. (antes da explosĂ£o), tudo mudou. Tendo em vista a escassez de recursos naturais, vĂ¡rias nações entraram em guerra para garantir suas fontes de recursos e cada um tentou evitar que o outro se apossasse do pouco que tinha. Os confrontos começaram pequenos, primeiramente de forma polĂ­tica, tomando proporções cada vez maiores atĂ© chegar ao marco zero da linha divisĂ³ria do tempo. A guerra ficou conhecida como Confronto do Recomeço, e foi marcada por milhares de mortes ao redor do planeta.

Em um dia hĂ¡ muito esquecido do mĂªs de janeiro, agentes desenvolviam uma arma que combinava elementos quĂ­micos em um laboratĂ³rio escondido na RĂºssia. NĂ£o se sabe ao certo qual das nações ordenou o ataque, mas todos os funcionĂ¡rios atuantes no local viram o momento em que o uma saraivada de balas caiu sobre as instalações. O local continha atĂ© mesmo elementos mĂ­sticos, pois os pesquisadores buscavam criar a arma suprema, tendo estudado atĂ© mesmo a aura humana e sua fonte de energia para aplicar os conceitos Ă quilo que poderia causar destruiĂ§Ă£o em massa.

Nenhum dos soldados ou generais inimigos ligava para isso. Sem se atentar ao estabilizador de matĂ©ria localizado na parte central do prĂ©dio, continuaram investindo de forma violenta. Na tentativa de evitar o vazamento de informações, os estudiosos acionaram bombas de autodestruiĂ§Ă£o das instalações, o que gerou uma explosĂ£o de proporções catastrĂ³ficas. Uma onda misturando elementos mĂ­sticos e quĂ­micos se propagou pelo planeta. Plantas começaram a morrer e animais gritavam de dor. Os seres humanos, atĂ© mesmo os desprovidos de fĂ©, sentiram uma perturbaĂ§Ă£o imensa, mas nĂ£o sabiam de onde vinha. Os recursos naturais, que eram cada vez mais escassos, foram se esvaindo aos poucos.

As placas que formavam os continentes começaram a se movimentar, todas para o mesmo ponto, como se estivessem em busca do ponto central da explosĂ£o. O caos se instaurou, e em pouco tempo todos os continentes se uniram apenas um. A Ă¡gua que permeava o planeta tomara uma coloraĂ§Ă£o alaranjada, e as terras ficaram escuras, assim como uma noite sem luar. As matas se esvaĂ­ram, e a humanidade começou a pensar que o seu fim havia chegado.

O novo continente

A partir do incidente no laboratĂ³rio localizado na RĂºssia, o calendĂ¡rio humano foi ‘resetado’. Algumas semanas depois começou a ser contada a nova linha na histĂ³ria do planeta, sendo que o que deveria ser fevereiro ou março voltou a ser janeiro.

ApĂ³s a uniĂ£o do continente os lĂ­deres das extintas nações se uniram e fizeram um esforço para negociar a paz e cessar os conflitos. Como o mundo estava praticamente destruĂ­do nĂ£o havia nada a perder durante a reuniĂ£o. ApĂ³s horas de debates e discursos inflamados ficou decidido que o novo continente seria dividido em distritos, enumerados de 0 a 49. Os detalhes geogrĂ¡ficos seriam acertados posteriormente, e o nome da nova naĂ§Ă£o passou a ser, desde entĂ£o, Naroly.

O fim da humanidade

Alguns anos depois da grande explosĂ£o a humanidade ainda se recuperava dos estragos sofridos e se adaptava Ă  nova rotina, enquanto alguns pesquisadores obtinham mais informações a respeito de mutações. Desde a explosĂ£o os seres humanos passaram a testemunhar fenĂ´menos nunca antes vistos, e aumentou o nĂºmero de relatos sobre moradores que se transformavam em animais e depois voltavam ao normal. Aquele era o inĂ­cio do fim da raça humana.

Estudiosos conseguiram detectar alterações nos padrões de DNA da humanidade. A exposiĂ§Ă£o ao material mĂ­stico aliado a componentes quĂ­micos causou reações que surtiram efeito em quem nasceu no perĂ­odo apĂ³s a explosĂ£o. A raça humana teve entĂ£o o seu fim decretado pela natureza. Sem recursos naturais hĂ¡ anos, os agora fracos humanos deram espaço aos Mitty. Se tratavam de seres com aparĂªncia humana, mas DNA melhorado e expectativa de vida muito maior. Os novos seres possuĂ­am grande capacidade a ser explorada.

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