sĂ¡bado, 29 de setembro de 2018

Encontro



Laura nĂ£o sabia por onde começar sua busca. Encontrar o garoto de cabelo carmesim, avaliava, seria tarefa difĂ­cil. O sonho a atormentava todas as noites. E nunca conseguia ver com clareza o rosto do rapaz.

Decidiu que sairia do Distrito 16. Para onde? NĂ£o sabia. Mas havia pensado em conseguir dinheiro para a busca. NĂ£o seria fĂ¡cil, afinal, manter-se durante uma jornada que poderia levar sabe-se lĂ¡ quanto tempo. Seu primeiro plano era participar do Torneio MĂ­stico.

A competiĂ§Ă£o colocava dezenas de magos e guerreiros lutando em batalhas de um contra um, atĂ© que apenas o mais forte restasse e levasse o prĂªmio principal, com uma generosa quantia de bits e um trofĂ©u, alĂ©m do tĂ­tulo de campeĂ£o atĂ© a prĂ³xima ediĂ§Ă£o do torneio, que seria em cinco anos.
Saiu de casa no primeiro horĂ¡rio. O sol ainda nĂ£o dera as caras, mas em breve apareceria para ressaltar o cinza de todas as construções do distrito. Acelerou os passos. Queria chegar rĂ¡pido ao guichĂª mais prĂ³ximo para se inscrever.

No caminho nĂ£o conseguia parar de pensar no rapaz que vira em seus sonhos e na loucura eu estava vivendo. Como iria colocar a prĂ³pria vida em risco por alguĂ©m que nĂ£o conhecia? Se consultasse os amigos, provavelmente eles diriam que Laura enlouqueceu de vez.

“EntĂ£o vai tentar manter o tĂ­tulo de campeĂ£, hein?”. O sorriso malicioso e amarelado do atendente poderia ser visto de longe. As rugas apontavam sua idade, pouco mais de 300 anos. E ele ainda se lembrava do dia em que Laura sagrou-se como campeĂ£ e ganhou o tĂ­tulo de dama do fogo.

Apesar de nutrir certa simpatia pelo atendente, ela estava perdida em seus pensamentos. Murmurou algo, mas nĂ£o teve certeza do que era. Apresentou os documentos e finalizou a inscriĂ§Ă£o. Levou mais tempo para ir ao guichĂª do que para confirmar mais uma participaĂ§Ă£o.

Sentiu que alguns olhares se voltaram a ela. NĂ£o era de se estranhar. A jovem era tida por muitos como garota prodĂ­gio. Ficou conhecida em todos os distritos ao derrotar um general que foi campeĂ£o do torneio por quatro edições consecutivas.

Ainda lembrava-se do rosto dele. Um homem com dĂ©cadas de experiĂªncia, ocupando alto cargo na OrganizaĂ§Ă£o, a maior corporaĂ§Ă£o paramilitar do mundo, e que caiu diante de sua força. PatĂ©tico. Havia atĂ© mesmo se esquecido do nome do indivĂ­duo.

A dama do fogo ficou parada, perdida em suas memĂ³rias. NĂ£o fazia ideia de quanto tempo ficara no local de inscrições. Ao seu redor formava-se uma multidĂ£o. Todos, Ă© claro, querendo participar do Torneio MĂ­stico.

Enquanto alguns estranhavam ver a campeĂ£ atual parada, outros acreditavam que aquilo era algum tipo de estratĂ©gia, que a dama do fogo estava sentindo a aura de força dos competidores, avaliando e procurando alguĂ©m que pudesse ser um desafio. ArrogĂ¢ncia natural de vencedora, diziam alguns. Deve perder nas qualificatĂ³rias, murmuravam outros.

Nada daquilo era ouvido por Laura. Em dado momento ela teve um estalo. Lembrou-se que apĂ³s vencer o torneio anterior fora entrevistada e mandou um recado a todos. Caso ganhasse novamente, poderia mandar uma mensagem ao combatente carmesim. Certamente ele veria.

Enquanto ouvia vozes e mais vozes ao seu redor, a dama do fogo começou a se mover. O saguĂ£o onde ficam os guichĂªs de inscriĂ§Ă£o ficou lotado. Milhares de competidores, ou aspirantes a competidores, se misturavam. Podia sentir a energia fluindo dos futuros combatentes.

Enquanto andava, Laura sentiu um desconforto. Era como se algo ou alguĂ©m tivesse perturbado o equilĂ­brio energĂ©tico do local. Seria a Ăºnica sentindo isso? Olhou em volta e percebeu que nĂ£o, pois os outros presentes demonstrava expressões de dor.

Tentou aguçar os sentidos, encontrar a fonte do distĂºrbio. Fechou os olhos, concentrou-se. Vinha da ala leste e estava se movendo. A aura era de um monstro, sentiu a dama do fogo. Ao lado do misterioso indivĂ­duo andavam outras duas pessoas, com fortes auras energĂ©ticas tambĂ©m. PorĂ©m eram quase nulas comparadas Ă s dele.

De repente, a energia cessou. A dama do fogo sentiu uma pressĂ£o enorme deixar seu corpo. Os outros presentes tinham rostos aliviados, com expressões leves. Claramente o monstro suprimira sua aura. De que forma? Aquilo era realmente possĂ­vel? Ou alguĂ©m dera cabo do ser misterioso?

Intrigada, Laura teve uma ideia. Rastrear os acompanhantes do indivíduo. Ainda se movimentavam pela ala leste, porém a aura que estava entre eles agora era comum. Decidiu investigar.

NĂ£o tentou ser furtiva, pois era impossĂ­vel ter passagem livre em meio Ă  multidĂ£o. Imaginou que, de qualquer forma, nĂ£o seria percebida pelo trio. Tentou senti-los novamente. Continuavam em movimento.

Demorou atĂ© que chegasse aos suspeitos. Identificou uma das trĂªs figuras. Era uma mulher de estatura mediana, cabelos escuros como a noite. Estava toda de preto, dos pĂ©s ao pescoço. Ao lado dela um homem de cabelo prateado, tambĂ©m de estatura mediana e trajado com roupas pretas.
NĂ£o conseguiu encontrar o dono da aura monstruosa. Estava prestes a se convencer que fora um pequeno delĂ­rio quando viu ele. Alto. Vestia uma jaqueta de couro, preta. A calça, jeans, do mesmo tom. Calçava um coturno tambĂ©m preto.

O cabelo era castanho, mas lhe parecia familiar. O corte, o penteado. Lembrava alguĂ©m. O rosto nĂ£o era estranho a Laura. Quanto mais se aproximava, mais tinha certeza de que o conhecia.
“NĂ£o pode ser”, pensou. Devia estar enganada. Seria ele? O combatente que aparecia em seus sonhos. Aquele por quem Laura se vira tantas vezes jurando proteger durante seus devaneios? Todas as caracterĂ­sticas fĂ­sicas batiam. Exceto a principal. O cabelo era castanho. Os sonhos a enganaram? NĂ£o. Sem dĂºvidas era ele.

O homem olhou para trĂ¡s, parecia estar procurando algo, alguĂ©m. Laura se escondeu. Como se aproximar? Deveria insistir na loucura? Eram tantas dĂºvidas que mal conseguia pensar. PorĂ©m uma certeza ela tinha. Se o que acontecera momentos antes foi real, os dois invariavelmente se cruzariam durante o torneio.

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sĂ¡bado, 22 de setembro de 2018

Cabelo carmesim


A vida de Laura no Distrito 16 nĂ£o era tĂ£o ruim. MercenĂ¡rios, homens da lei, quem quer que fosse respeitava a dama do fogo, como era conhecida. No auge de seus 20 anos havia defendido muitas causas que nĂ£o a sua. E a qual causa ela pertenceria?

ApĂ³s tantas batalhas, Laura nĂ£o fazia ideia do que defendia ou deveria defender. Pelo que lutar? Por qual motivo entregar sua vida?

Eram pensamentos que passavam pela mente da jovem enquanto vagueava pelas ruas centrais do distrito. Ironicamente passava pelo beco dos desolados enquanto refletia sobre a vida. Os prĂ©dios, de cor Ăºnica, cinza, contribuĂ­am para a paisagem obscura, dentro e fora de sua cabeça.

Os pedestres, pedintes e mercadoras que passavam por perto nĂ£o pareciam emitir som algum. Laura estava concentrada. Mas em quĂª? Focada em se focar? Estava perdida. NĂ£o sabia, entanto, se jĂ¡ teve algum rumo para seguir, ou se teria.

Chegou em casa. Os cĂ´modos, vazios. Tanto quanto sua vida, avaliou. Deixou a sacola de compras jogada em algum canto e foi direto para o quarto, onde estava o Ăºnico mĂ³vel da pequena residĂªncia, uma cama surrada, tambĂ©m cinza.

NĂ£o chegou a pensar em mais nada. A dama do fogo deitou em meio Ă s cinzas de seu leito e deixou sua consciĂªncia levar-se pela leve brisa que entrava atravĂ©s da janela. Quando deu por si, percebeu sua prĂ³pria figura em meio a um deserto, nĂ£o sabia precisar em qual regiĂ£o do planeta.

Seria alguma loucura? Para onde o mundo dos sonhos a levara desta vez? Nem dormindo Laura tinha paz. Sentia sede. NĂ£o de Ă¡gua. Sentia fome. NĂ£o de comida. Faltava algo em sua vida, e nem mesmo ela sabia dizer o que.

De repente o deserto, quente e seco, começou a mudar de figura. Vento. Areia voando por todos os lados. Os cabelos louros de Laura seguindo a direĂ§Ă£o da ventania. No horizonte apareceram duas silhuetas, duelando.

DifĂ­cil distinguir quem ou o que eram. Um deles, alto, estava claramente sendo vencido pelo outro, baixo. Laura sentiu vontade de intervir. De lutar. Proteger aquele que era derrotado ao longe. Mas como? Por qual motivo? NĂ£o sabia.

O combate parecia ser intenso, tanto quanto a ventania que tentava incessantemente mover a dama do fogo. Ela permanecia inerte, sem reaĂ§Ă£o. A luta cessara. Um dos duelistas deixava o campo de combate, triunfante e caminhando para um lugar ainda mais distante do que onde se encontrava.

O outro, a figura mais alta vislumbrada pela dama do fogo, permanecia no chĂ£o. A ventania aos poucos perdia força, se transformando em pequenas correntes de ar que passavam por Laura e traziam um som. Era a voz de um homem.

Estava gritando por socorro? Resmungando por ter perdido a luta? NĂ£o. Chamava por Laura. Pedia para que ela o alcançasse. Que fizesse algo. O vingasse. A dama do fogo sentiu o corpo arder, como hĂ¡ muito nĂ£o ocorria.

Inflamada, Laura correu em direĂ§Ă£o ao combatente derrotado. O vitorioso sumira hĂ¡ tempos no horizonte. A figura do homem caĂ­do deixava de ser uma silhueta e  ganhava forma palpĂ¡vel. Um rapaz. TĂ£o jovem quanto a dama do fogo, seu fĂ­sico aparentava. Ela nĂ£o conseguia ver seu rosto claramente.

Além do corpo, era claramente visível o cabelo carmesim do rapaz. Estava ofegante, a princípio. A chegada de Laura trouxe calmaria. Para ele, ela e o deserto. Até mesmo as leves correntes de ar pararam.

"NĂ£o vou cumprir minha promessa hoje, fagulha", disse o ruivo. Aquelas palavras soavam tĂ£o familiares. Onde a dama do fogo havia ouvido essa frase antes? E quanto Ă  voz? Que doce voz ecoava daqueles lĂ¡bios.

Quando percebeu, estava respondendo ao duelista caĂ­do. "VerĂ¡s o sol nascer outro dia, Vermelho". EntĂ£o este era seu nome? Como sabia? SerĂ¡ que sabia? Eram tantas perguntas, e nenhuma resposta.

Laura se ajoelhou. Acolheu a cabeça do combatente de cabelo carmesim em seu colo. Sentia uma enorme vontade de protegĂª-lo. Um Ă­mpeto de se vingar de quem lhe ferira. AliĂ¡s, onde estavam os ferimentos do jovem? Eram fĂ­sicos? Na alma? Mais uma vez surgia outro turbilhĂ£o de perguntas sem resposta.

O deserto, atĂ© entĂ£o claro, começou a escurecer. A figura do duelista carmesim começara a sumir. A dama do fogo tentou segurĂ¡-lo, impedir que desaparecesse. Em vĂ£o. A ventania teve inĂ­cio novamente. Trazia um pedido de socorro aos ouvidos da moça.

O despertador tocou. Laura olhou para o teto, cinza. O sonho, intenso, trouxe um pouco de cor a sua vida. Mais do que isso, um propĂ³sito. Talvez nĂ£o fosse a primeira vez que o rapaz de cabelo carmesim aparecera em seus sonhos, e talvez nĂ£o fosse a Ăºltima.

Estava decidido. A dama do fogo iria procurar pelo combatente ruivo. A chama em seu coraĂ§Ă£o ardia, como hĂ¡ muito jĂ¡ fez. Estava decidida. Finalmente tinha um propĂ³sito.Encontrar e proteger o frĂ¡gil rapaz. Sentir a calmaria em seu coraĂ§Ă£o mais uma vez.

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terça-feira, 18 de setembro de 2018

Super Mario Flashback | Suave como uma brisa refrescante no verĂ£o

Quando hĂ¡ fangame e Nintendo na mesma frase, geralmente podemos esperar algumas coisas. Em raras ocasiões trata-se de um jogo bem feito, mas produzido por fĂ£s, que naturalmente nĂ£o tem o direito sobre a propriedade intelectual que estĂ£o usando. É o caso de PokĂ©mon Prism, uma hack rom de PokĂ©mon que tomou proporções assustadoras e acabou levando um belĂ­ssimo de um strike - mas posteriormente foi concluĂ­da e publicada por alguĂ©m do reddit. Ou de Another Metroid 2 Remake, outro fangame que foi derrubado pela Nintendo.

SĂ£o sĂ³ alguns exemplos de jogos que pareciam ser muito promissores e caprichados, mas invariavelmente foram varridos do mapa. NĂ£o que a Nintendo esteja errada, longe disso. Odiaria caso alguĂ©m copiasse de forma integral - ou parcial - os textos que produzo e replicasse por aĂ­.

De qualquer forma, mais um fangame tem ganho espaço recentemente na internet, e desta vez do carro chefe da empresa, o personagem mais conhecido dos games, Mario Mario. O jogo em produĂ§Ă£o chama-se Super Mario Flashback, desenvolvido pelo Team Flashback.

Ele estĂ¡ em produĂ§Ă£o hĂ¡ uns bons anos, e em agosto uma demo pĂºblica do projeto foi liberada. Com grĂ¡ficos estilizados e uma trilha sonora sensacional, Super Mario Flashback Ă© o que muitos fangames da franquia gostariam de ser, sem dĂºvida alguma.

Apesar de ser o visual que atrai, a jogabilidade e a trilha sonora do jogo sĂ£o quem conquistam e fidelizam o jogador. Conheci a demo de Super Mario Flashback hĂ¡ alguns dias e, antes de gastar qualquer mega da minha franquia de dados, assisti alguns vĂ­deos.

Por esses vĂ­deos a jogabilidade parecia ser muito suave, e de fato Ă©. Os controle sĂ£o fluĂ­dos, bem responsivos, e as poucas fases disponĂ­veis sĂ£o muito bem construĂ­das.

Se vocĂª se interessou pelo jogo, pode ficar por dentro das novidades seguindo no Twitter o perfil @marioflashback. A demo jogĂ¡vel de Super Mario Flashback pode ser baixada clicando aqui.



segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Segundatina: Comix Zone

Lançado em 1995 para Mega Drive, Comix Zone Ă© um beat 'em up que tem estilo visual Ăºnico e jogabilidade extremamente desafiadora que, como tudo desenvolvido pela Sega, acabou sendo portado para diversas plataformas. Por este exato motivo o jogo aparece na Segundatina da semana.

A premissa do jogo Ă© simples, o herĂ³i Ă© um desenhista que acaba entrando em uma histĂ³ria em quadrinhos repleta de vilões e capangas que estĂ£o apenas esperando para serem destruĂ­dos. Como falei no parĂ¡grafo anterior, o game recebeu versões para muitas plataformas alĂ©m do Mega Drive, como Xbox 360, Wii, Game Boy Advance, PlayStation 3, Microsoft Windows e, recentemente, Android e iOS.
Se vocĂª estĂ¡ afim de um joguinho para passar o tempo, Comix Zone certamente Ă© um tĂ­tulo a se considerar. Na Steam ele estĂ¡ sendo vendido por R$ 2,19, completo. Em dispositivos Android e iOS Ă© possĂ­vel baixar de graça, com a possibilidade de gastar alguns mangos para ter acesso Ă  versĂ£o completa, sem propagandas e com backup de save na nuvem.


terça-feira, 11 de setembro de 2018

OpiniĂ£o: A Link Between Worlds Ă© o melhor jogo de 3DS


The Legend of Zelda Ă© uma sĂ©rie de jogos que sempre me intrigou bastante. NĂ£o no sentido ruim da coisa, e sim por uma sĂ©rie de motivos. O primeiro deles Ă© que quando joguei Ocarina of Time (o mais aclamado da franquia, acredito) ainda tinha seis ou sete anos, e nĂ£o entendi nada do que acontecia na tela.

Um outro motivo Ă© o tamanho do mapa e a forma como as coisas funcionam na sĂ©rie. Desde o primeiro jogo atĂ© Breath of The Wild, Legend Of Zelda oferece mapas enormes e as indicações de objetivos tendem a ser muito sutis, fazendo com que o jogador precise andar bastante atĂ© encontrar a prĂ³xima vĂ­rgula da histĂ³ria e chegar Ă  conclusĂ£o.

O terceiro ponto estĂ¡ nas dungeons e seus puzzles. NĂ£o tenho vergonha alguma em admitir que me sinto MUITO burro ao passar horas tentando resolver um quebra-cabeça dentro de alguma dungeon e de repente descobrir que a soluĂ§Ă£o era estupidamente simples.

Coloque estes trĂªs motivos em um refratĂ¡rio mĂ©dio, acrescente um pouco de falta de vontade e chegue Ă  seguinte conclusĂ£o: eu nunca tinha terminado um game da sĂ©rie Zelda. NĂ£o atĂ© 2018.

No começo do ano, apĂ³s muitas idas e vindas, finalmente consegui comprar um Nintendo 3DS. Obviamente foi pra jogar PokĂ©mon – uma experiĂªncia, aliĂ¡s, que nĂ£o cabe aqui neste post – porĂ©m fui pesquisar sobre outros games para o portĂ¡til, e uma recomendaĂ§Ă£o recorrente era A Link Between Worlds.

Decidi dar uma nova chance Ă  franquia. Pensei que, de fato, alguns jogos nĂ£o sĂ£o feitos para todos os tipos de jogadores, mas nĂ£o custaria muito abrir espaço para o game. Acredito que nunca vou me arrepender de ter feito isso.

A Link Between Worlds foi lançado em 2013 oficialmente como continuaĂ§Ă£o de A Link to The Past, do Super Nintendo. No JapĂ£o, aliĂ¡s, o jogo recebeu o tĂ­tulo de The Legend of Zelda: Triforce of the Gods 2.

O enredo do jogo Ă© bem simples, diga-se de passagem. Logo no inĂ­cio vocĂª Ă© apresentado a Ravio, um personagem misterioso e simpĂ¡tico que te empresta um bracelete. Minutos depois e o jogador se depara com Yuga, um mago do mal que transforma as pessoas em pintura.

Quando o mago coloca o personagem principal na parede, Link consegue escapar por conta do bracelete que lhe foi entregue. E aí começa toda a jornada de salvar o reino de Hyrule.

Em dado momento aparece a conexĂ£o com outro mundo, o que justifica a ligaĂ§Ă£o com A Link to The Past. O herĂ³i passa a viajar por Lorule, uma versĂ£o alternativa de Hyrule e que trata-se do reino onde Yuga escondeu os sete sĂ¡bios, com o objetivo de usar seus poderes para dominar o mundo e controlar a Triforce, nĂ£o necessariamente nesta ordem.

E como Ă© feita a transiĂ§Ă£o entre os dois mundos? Usando aquele bracelete que citei alguns parĂ¡grafos acima. Por ter propriedades mĂ¡gicas, ele possibilita ao herĂ³i entrar nas paredes e passar por fissuras de ligaĂ§Ă£o entre os reinos. Essa mecĂ¢nica Ă© o que faz o jogo rodar, e auxilia muitas vezes na resoluĂ§Ă£o de quebra-cabeças.

Diferente do que ocorre em outros jogos da sĂ©rie, A Link Between Worlds te deixa usar todos os equipamentos desde o inĂ­cio. Ou quase todos, jĂ¡ que um dos itens apenas Ă© liberado apĂ³s resgatar certo personagem.

Os equipamentos sĂ£o alugados, e da primeira vez Ă© de graça. Se vocĂª morrer, todos os itens que carregava voltam para Ravio, o dono deles e que abre uma lojinha na sua casa. Em determinado ponto do game abre-se a possibilidade de comprar os itens para que sejam permanentemente seus.
A segunda tela do 3DS Ă© utilizada como inventĂ¡rio e tambĂ©m mapa. Algo que achei muito bacana Ă© que o game deixa marcado seus objetivos primĂ¡rios com um belo “X” em cada ponto, mas ainda te deixa marcar alguns locais com alfinetes.

E lembra que no começo falei sobre os mapas desnecessariamente grandes de Legend of Zelda? Em A Link Between Worlds o mapa é relativamente grande, sim, porém a Nintendo fez um excelente trabalho para tornar as coisas mais interessantes nesse sentido.

O fast travel do jogo funciona Ă  base de checkpoints, que sĂ£o descobertos atravĂ©s de cucos espalhados pelo mapa. Isso Ă© apresentado no encontro com uma simpĂ¡tica bruxinha, que lhe dĂ¡ um sino e pede para que o jogador toque toda vez que quiser ser levado a algum ponto distante.

Acontece que em determinado momento eu senti que conhecia tanto Hyrule e Lorule que praticamente abandonei o fast travel. Era prazeroso chegar Ă  prĂ³xima etapa da histĂ³ria principal. Paralelo a isso eu conseguia enfrentar alguns inimigos pelo mapa e angariar rupees para comprar equipamentos novos, ou mesmo encontrar alguns bichinhos de uma sidequest que me deixava melhorar os itens que tinha adquirido de forma permanente.

Em Link Between Worlds a exploraĂ§Ă£o Ă© encorajada, e nĂ£o punida. VocĂª pode atĂ© nĂ£o encontrar um grande objetivo apenas “sapeando” pelo territĂ³rio de Hyrule, mas acaba se deparando com uma garrafa onde poderĂ¡ acumular poĂ§Ă£o, ou com uma vidente que te dĂ¡ dicas de como acessar determinadas dungeons e qual serĂ¡ seu prĂ³ximo desafio na histĂ³ria principal.

As dungeons, por sinal, nĂ£o sĂ£o nada tediosas. Foi o primeiro Legend of Zelda no qual nĂ£o me senti um imbecil por nĂ£o decifrar os enigmas. Fiquei empacado alguns minutos em certos locais? Mas nada que mudar a ordem das dungeons e voltar depois nĂ£o tenha resolvido.

A Link Between Worlds definitivamente nĂ£o dĂ¡ respostas fĂ¡ceis, e em nenhum momento subestima o jogador.


Outro ponto que prende bastante Ă© a trilha sonora. Jogar A Link Between Worlds sem fones de ouvido decentes Ă© uma injustiça com a mĂºsica e os efeitos sonoros do jogo.

O tema de Hyrule se tornou facilmente a minha trilha sonora favorita de games. E a releitura de Zelda’s Lullaby? Simplesmente fascinante e muito difĂ­cil de descrever a sensaĂ§Ă£o de ouvi-la no Milk Bar. E lembra que alguns parĂ¡grafos acima citei o fast travel? Pois Ă©, atĂ© o barulho feito pelo sino usado nas viagens rĂ¡pidas Ă© bacana.
Hyrule at Peace: facilmente a melhor mĂºsica do jogo

E toda essa experiĂªncia dura apenas 16 horas. Particularmente, levei 18 horas para “fechar” o jogo, e ainda deixei muitos colecionĂ¡veis e corações pra trĂ¡s. Acho que atĂ© deixei de pegar uma das roupas do herĂ³i na primeira run, o que me incentivou a abrir um novo save e jogar de forma complecionista.
Indubitavelmente, The Legend of Zelda: A Link Between Worlds Ă© o melhor jogo de 3DS. Se vocĂª tem um portĂ¡til da linha, acredite, compensa e muito a compra do tĂ­tulo. Digamos que ele seria 10/10 no meu ranking.

AliĂ¡s, o game me fez ficar interessado em outros tĂ­tulos da sĂ©rie e motivou atĂ© mesmo a comprar outro console da Nintendo, mas isso Ă© histĂ³ria para outra postagem.

MĂ´nica e a Guarda dos Coelhos | Um novo tower defense vem por aĂ­!

A Turma da MĂ´nica nĂ£o Ă© nova no mundo dos games, principalmente se levarmos em conta os clĂ¡ssicos feitos pela TecToy na era Master System em cima dos jogos da franquia Wonder Boy. E parece que a turma mais famosa dos quadrinhos brasileiros volta aos consoles nos prĂ³ximos meses.

Isso porque foi anunciado na Game XP o jogo MĂ´nica e a Guarda dos Coelhos. O desenvolvimento estĂ¡ sendo feito pela Mad Mimic Interactiv, que ficou conhecida apĂ³s lançar o game No Heroes Here. O novo tĂ­tulo, ao que o trailer mostra, serĂ¡ um tower defense, podendo ter de um a quatro jogadores focando em defender castelos contra hordas de inimigos.

Para alcançar o objetivo, os jogadores precisarĂ£o criar pĂ³lvoras e coelhos mĂ¡gicos, carregar canhões e derrotar a sujeira. Ainda nĂ£o foi definida uma data de lançamento, mas MĂ´nica e a Guarda dos Coelhos sai ainda no segundo semestre deste ano para Nintendo Switch, PC, Mac e PlayStation 4.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Segundatina: Horizon Chase


Mais uma segunda-feira e chegamos a mais uma Segundatina. O joguinho de hoje veio de terras brasileiras para dispositivos Android e iOS e depois ganhou versões para PlayStation 4 e PC, trata-se de Horizon Chase.

Lançado em 2015 pelo estĂºdio Aquiris, Horizon Chase Ă© um jogo de corrida que homenageia o clĂ¡ssico Top Gear (1992, Super Nintendo), ao mesmo tempo em que evolui a fĂ³rmula do Ă¡rcade e apresenta grĂ¡ficos muito bem feitos e trilha sonora sensacional – que tambĂ©m remete muito a Top Gear e foi feita por Barry Leitch, mesmo compositor do clĂ¡ssico do Super Nintendo.

Tanto no Android quanto no iOS, Horizon Chase foi lançado de forma gratuita, com algumas corridas e carros liberados. Se vocĂª quiser ter acesso a todas as pistas e carros do jogo, Ă© necessĂ¡rio desembolsar uma grana – nĂ£o muita, pois na versĂ£o de Android desembolsei cerca de R$ 11 pela versĂ£o completa.

JĂ¡ no PS4 e na Steam o game foi lançado como Horizon Chase Turbo, recheado com 12 copas, 48 cidades, 109 pistas, 31 carros desbloqueĂ¡veis e 12 upgrades.

Se vocĂª estĂ¡ entre aqueles e aquelas que ficaram apaixonados pelo Top Gear original dos anos 1990, Horizon Chase definitivamente Ă© uma excelente opĂ§Ă£o para sua jogatina, nĂ£o sĂ³ de segunda, mas tambĂ©m de qualquer outros dias.

PUBG Mobile Lite: o Battle Royale que roda até em Moto C

Battle Royale Ă© definitivamente o gĂªnero do momento quando se fala de games. NĂ£o Ă© de se espantar, portanto, que jogos com essa pegada tenham sido lançados para praticamente todas as plataformas modernas. Demorou, no entanto, atĂ© que os principais expoentes dessa febre, Fortnite e PUBG, dessem a devida atenĂ§Ă£o aos dispositivos mĂ³veis, que podem ser muito rentĂ¡veis.

Em uma ponta, PUBG e Fortnite tem recursos e visuais bacanudos, o que os coloca bem Ă  frente da concorrĂªncia quando se trata de qualidade. Mas ambos perdem para os clones quando se trata de desempenho. Ao menos um deles nĂ£o perde mais.

Ocorre que em agosto a Tencent, proprietĂ¡ria da Bluehole (desenvolvedora de PUBG) começou um teste fechado para a PUBG Mobile Lite, versĂ£o do jogo destinada a dispositivos low end. Enquanto a versĂ£o principal do game pesa 1,5 GB, a "enxuta", que entrou em perĂ­odo de testes pĂºblicos na Ăºltima semana, ocupa menos de 300 MB. Obviamente a reduĂ§Ă£o no tamanho vem acompanhada de alguns sacrifĂ­cios.

O principal corte estĂ¡ na qualidade grĂ¡fica. A versĂ£o Lite passou por um enorme downgrade. Por ser destinado a dispositivos com pouco poder de processamento, o "novo jogo" teve cortes no visual e tambĂ©m no nĂºmero de jogadores por mapa, que caiu de 100 para 40 em cada partida.
Uma alteraĂ§Ă£o interessante na versĂ£o Lite Ă© que consigo ganhar o jogo
Apesar de nĂ£o parecer Ă  primeira vista, o Ă¡udio do jogo tambĂ©m teve alguns cortes. O efeito sonoro ao fazer um disparo parece som de lata, mostrando que os desenvolvedores economizaram em tudo mesmo.

AtĂ© a publicaĂ§Ă£o deste post tambĂ©m nĂ£o havia uma loja completa de itens, que deixasse comprar skins com dinheiro real. A loja de suprimentos disponĂ­veis estava aberta apenas para ouro, a moeda corrente do game e ganha em partidas.
Ainda dĂ¡ pra andar de carro na versĂ£o lite
Algumas coisas, no entanto, permanecem intocadas. Apesar do downgrade grĂ¡fico, as mecĂ¢nicas de PUBG estĂ£o todas ali, como veĂ­culos, as armas, os paraquedas, tudo. AtĂ© mesmo o chat de voz ingame permanece intocado.

E todas as alterações feitas deram resultado satisfatĂ³rio? Podemos dizer que sim. Fiz testes em alguns aparelhos considerados de entrada, como meu Moto E4 e o Moto C de um amigo (com apenas 8GB de memĂ³ria interna e 1GB de RAM) e o game apresentou desempenho satisfatĂ³rio e consistente.

Enfim, se vocĂª quer aproveitar um Battle Royale no seu smartphone ou tablet modesto, PUBG Mobile Lite Ă© o jogo. Ele pode ser instalado pela Google Play, atravĂ©s do link: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.tencent.iglite

terça-feira, 4 de setembro de 2018

A versĂ£o grĂ¡tis de Counter Strike: Global Offensive

Desde que foi lançado, em junho de 2012, Counter Strike: Global Offensive tem ganho cada vez mais espaço. Com foco em multiplayer, o game mantĂ©m hoje uma cena competitiva de respeito, mas nem todo mundo estĂ¡ interessado em ser esmagado nas partidas que valem ranking.

Com isso em conta, a Valve lançou recentemente uma versĂ£o gratuita de CS: GO. Para ter acesso a ela, basta acessar a pĂ¡gina do jogo na Steam e clicar em instalar. A versĂ£o completa continua Ă  venda, e no momento desta postagem custa R$ 28,99.

E qual a diferença entre as versões? A principal delas Ă© que a free faz com que o jogador tenha como Ăºnica opĂ§Ă£o as partidas offline, contra bots, para gameplay. AlĂ©m disso, nĂ£o Ă© possĂ­vel ganhar itens como armas e skins.

A versĂ£o gratuita atĂ© tem um modo online, mas nĂ£o para jogatina, e sim para que vocĂª possa assistir as partidas oficiais de campeonatos de Counter Strike. Enquanto isso, a versĂ£o completa continua intocada, com todos os recursos que tinha antes.

Se levarmos em conta hĂ¡ quanto tempo CS: GO estĂ¡ no mercado, parece ser meio tarde para a Valve lançar uma versĂ£o gratuita, nĂ£o? De forma alguma. Com a tendĂªncia de cada vez mais e mais jogadores migrarem para games como Fortnite, Ă© o momento da desenvolvedora se mexer e usar a versĂ£o free como uma demonstraĂ§Ă£o, apresentando gameplay e mecĂ¢nicas, atraindo pĂºblico que possivelmente vai comprar a versĂ£o completa.

AlĂ©m disso, hĂ¡ gente que, como eu, nunca sequer cogitou comprar o game com medo de nĂ£o rodar no computador - pelos requisitos, em teoria CS: GO roda atĂ© naquele PC comprado em 24x no carnĂª, mas nem sempre a histĂ³ria Ă© essa - poderĂ¡ fazer o teste derradeiro e ver se compensa gastar uma grana.

Um terceiro benefĂ­cio da versĂ£o gratuita vale para aqueles que tem a intenĂ§Ă£o de um dia entrar na cena competitiva, que Ă© o de conhecer o jogo como um todo e se familiarizar com mapas. Assim, quando a pessoa partir para o multiplayer nĂ£o corre o risco de sofrer com ofensas gratuitas por nĂ£o ter a mĂ­nima noĂ§Ă£o de posicionamento.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Segundatina: Monument Valley 2


Queridos e queridas, vamos a mais uma indicaĂ§Ă£o de joguinho mobile, e desta vez falarei sobre um dos meus favoritos, Monument Valley 2.

Certa vez, no finado Sleopand, postei uma anĂ¡lise de Monument Valley, que foi um dos poucos jogos a me fazer gastar grana mesmo no Android. Quando a continuaĂ§Ă£o foi lançada, era exclusiva para dispositivos com iOS, o que fez com que levasse algum tempo atĂ© que minha pessoa pudesse jogar.

ContinuaĂ§Ă£o?

Seria correto chamar Monument Valley 2 de continuaĂ§Ă£o? Acredito que muitos tenham feito essa mesma pergunta algumas vezes. Isso porque o primeiro game conta a histĂ³ria de Ida, enquanto o segundo foca em outra personagem, Ro, e sua filha.

Jogabilidade

Para quem nĂ£o conhece, Monument Valley Ă© um jogo de puzzle, ou, em portuguĂªs, quebra-cabeça. O objetivo do jogador Ă© mexer partes do cenĂ¡rio para que a personagem siga sua jornada atĂ© o fim.

Se por um lado Monument Valley 2 nĂ£o continua a histĂ³ria do primeiro, ao menos dĂ¡ sequĂªncia Ă  jogabilidade que seu antecessor possui. Novamente o jogador se depara com cenĂ¡rios simples Ă  primeira vista, mas que possuem quebra-cabeças relativamente complexos.

A histĂ³ria Ă© contada tela a tela, e o fato de em muitos cenĂ¡rios controlarmos dois personagens ao mesmo tempo acrescenta uma camada leve de dificuldade. A forma como a narrativa interage com os elementos presentes em cada tela Ă© simplesmente Ăºnica.


Trilha sonora

A mĂºsica e os efeitos sonoros foram pontos que se destacaram no primeiro game da franquia. Continuam excepcionais no segundo, e combinam muito bem com cada cenĂ¡rio.

Acredito, aliĂ¡s, que ninguĂ©m deveria experimentar Monument Valley, tanto o primeiro quanto o segundo, sem o uso de bons fones de ouvido.

Vale a pena?

Por se tratar de um jogo pago, a pergunta Ă© vĂ¡lida. O game custa R$ 16,90 na App Store e R$ 15,99 na Google Play. Pelo preço vocĂª recebe uma experiĂªncia bacana e, aproximadamente, 1h30 de gameplay. O preço Ă© mais do que justo, em minha sincera opiniĂ£o.

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