segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Segundatina: Battlelands Royale

E depois de algumas semanas de muita correria, finalmente consigo me dedicar ao blog novamente nas horas vagas, começando com o retorno da Segundatina!

O jogo da semana Ă© mais um do gĂªnero Battle Royale, e trata-se de Battlelands Royale. Desenvolvido e publicado pela Futureplay, o game se destaca primeiro pela visĂ£o top down. É um ponto positivo principalmente para quem sofre de motion sickness e tem dificuldades em jogar qualquer tĂ­tulo em primeira ou terceira pessoa.

Os grĂ¡ficos lembram muito o estilo chibi, e hĂ¡ quem diga que Battlelands Royale pareça muito uma versĂ£o mini de Fortnite, maior expoente do gĂªnero na atualidade.

Caso vocĂª nĂ£o tenha familiaridade com Battle Royale, vamos explicar como funciona o jogo desta Segundatina. O game coloca 32 jogadores em um mapa que vai diminuindo aos poucos. Repleto de armas e munições, o cenĂ¡rio faz com que os jogadores batalhem entre si pela sobrevivĂªncia. Uma partida de Battlelands Royale dura, geralmente, de trĂªs a cinco minutos.

Diferente de outros jogos do gĂªnero, aqui nĂ£o hĂ¡ como jogar em esquadrĂ£o, apenas nos modos solo ou em dupla - que pode ser formada com um amigo ou outro jogador aleatĂ³rio. Gratuito para jogar, Battlelands arrecada com a venda de Battle Bucks, moeda prĂ³pria que possibilita a compra de itens cosmĂ©ticos e do Passe de Batalha, que dĂ¡ acesso a itens de visual e personagens novos.

O game se encontra atualmente na segunda temporada, e pode ser instalado em dispositivos Android e iOS.




sĂ¡bado, 13 de outubro de 2018

RevelaĂ§Ă£o


Dor. Foi o que Laura sentiu antes de abrir os olhos. Ao mesmo tempo em que incomodava, a dor lembrava que a dama do fogo havia sobrevivido. Mais do que isso, a jovem também se sentia humilhada.

Em todos os seus anos como combatente e mercenĂ¡ria profissional, Laura nunca havia amargado tamanha derrota. E o culpado era aquele homem. Do cabelo castanho. Ou era carmesim? Tinha certeza de que algo estava errado.

As luzes da enfermaria começaram a incomodĂ¡-la. Estava praticamente sozinha no quarto. Ao menos trĂªs outros leitos eram ocupados por pessoas que foram derrotadas no Torneio MĂ­stico. Estranhou nĂ£o ver algum mĂ©dico ou enfermeira no local.

Conseguiria se levantar? Tentou. Conseguiu. Saiu do quarto e foi para o corredor. Começou a ouvir um alto barulho. Eram vozes, de milhares de pessoas. Percebeu que do lado de fora estava a arena. A final do torneio estava prestes a começar. Por sorte, Laura acordou a tempo de ver a Ăºltima luta.

Se misturou em meio Ă  multidĂ£o nas arquibancadas. Os narradores, animados, anunciavam o Ăºltimo confronto. Eciel, do Distrito 19, o rapaz de cabelos castanhos, entrava de um lado. Do outro estava Evard, o general que fora derrotado pela dama de fogo na ediĂ§Ă£o anterior do torneio.

Aquele que era considerado o rosto da maior corporaĂ§Ă£o paramilitar do mundo parecia diferente. Seus olhos pareciam nĂ£o ter pupilas e Ă­ris, pois eram inteiramente brancos. Os cabelos estavam grisalhos. No entanto, parecia estar em seu auge fĂ­sico. Eciel, se este era seu nome mesmo, seria facilmente derrotado, pensou Laura.

O combate começou. Evard se movia muito rĂ¡pido. Avançava e atacava tal qual um lince. Mas o adversĂ¡rio tambĂ©m era veloz. Enquanto o general tentava acertar qualquer golpe que fosse, Eciel se evadia, sem retrucar.

A situaĂ§Ă£o deixou o general visivelmente incomodado. ApĂ³s mais de cinco minutos em uma espĂ©cie de jogo de gato e rato, nenhum dos dois demonstrava cansaço. Sem deixar a arena, Eciel desviava de cada golpe, recuando pouco a pouco. Evard continuava investindo, ficando cada vez mais irritado.

De repente o primeiro golpe. NinguĂ©m viu como aconteceu, apenas o desfecho. O general foi arremessado e caiu a 20 metros de distĂ¢ncia. Estava visivelmente furioso a essa altura. Murmurou algo que Laura nĂ£o conseguiu entender. Era muito provĂ¡vel que ambos os combatentes haviam se esquecido da arquibancada e o pĂºblico ao redor do centro da arena.

Em um piscar de olhos Evard começou a emanar uma forte energia. O pĂºblico todo conseguiu sentir a pressĂ£o exercida por ele. Uma aura branca, quase imperceptĂ­vel, cercou seu corpo. Os olhos brancos emitiam luz. O combate ficara sĂ©rio.

NinguĂ©m viu como ele saiu do local onde estava e se posicionou atrĂ¡s de seu adversĂ¡rio. Eciel nĂ£o demonstrou surpresa. Sem ao menos encarar o general, o rapaz desviou de um golpe que certamente parecia fatal.

Evard demonstrava sinais de cansaço. Eciel permanecia sereno, mantendo a mesma expressĂ£o que tinha desde o inĂ­cio do torneio. O general ficou descontrolado. Movia-se de forma que o pĂºblico nĂ£o conseguia vĂª-lo. Quem acompanhava a luta enxergava apenas os rastros da destruiĂ§Ă£o causada por ele na arena. Por onde passava, Evard levantava o chĂ£o.

Os narradores tratavam a evasĂ£o de Eciel como um milagre. A arena toda sentia o impacto do general, mas o jovem permanecia intocado. DramĂ¡tica, a Ăºltima luta do torneio chegava aos trinta minutos de duraĂ§Ă£o.

De um lado estava um dos maiores vencedores do torneio, agora encoberto por um manto quase translĂºcido. Do outro, um iniciante que havia destronado a dama de fogo e estava prestes a destruĂ­-lo.
Laura tentava acompanhar o ritmo dos combatentes, assim como todos os presentes na arena. Foi quando Evard parou de se mexer. Sua força acabou? Eciel esboçou um riso malicioso de canto de boca. Parecia estar esperando a brecha para atacar o oponente, e aquela deveria ser a oportunidade.

Mas como? Havia o desafiante desconhecido sabotado o general? NĂ£o, nĂ£o era possĂ­vel. Laura pensava que a luta foi estendida de propĂ³sito. O objetivo era claro, fazer com que Evard usasse o mĂ¡ximo de poder e acabasse fadigado em algum momento. NĂ£o parecia uma estratĂ©gia honrada, mas era eficaz.

A plateia ficou estupefata com o que aconteceu a seguir. Enquanto o general fazia esforço para atĂ© mesmo piscar os olhos, Eciel foi coberto por uma aura vermelha. Sua roupa, atĂ© entĂ£o branca, ficou preta. Olhos e cabelos vermelhos. Agora, sim, se assemelhava Ă  figura que aparecia nos sonhos da dama de fogo. Teve certeza de que era ele.

A aura desapareceu, mas Eciel permaneceu em sua nova forma. Outra revelaĂ§Ă£o em seguida. A voz do desafiante reverberava pela arena. “Ouçam todos. Chamo-me Rujick Fanyc, filho de Otto. Alguns de vocĂªs me conhecem por Vermelho. E neste momento sentencio Evard, general da OrganizaĂ§Ă£o, a perder todo seu prestĂ­gio e poderes”.

A arquibancada respondia com silĂªncio. AtĂ© mesmo as vozes dos narradores se calaram. Os capas-brancas, soldados da OrganizaĂ§Ă£o que faziam a segurança do torneio moviam-se nervosamente entre o pĂºblico, tentando chegar ao centro da arena.

Em questĂ£o de milissegundos Vermelho se materializou diante de Evard. A mĂ£o direita sobre a cabeça do general. Forte luz. O cabelo grisalho ficou preto. O corpo perdeu os mĂºsculos visĂ­veis e tomou feições esquelĂ©ticas. Os olhos foram substituĂ­dos por dois buracos.

Evard nĂ£o fora simplesmente derrotado, mas sim destruĂ­do. Os capas-brancas alcançaram os combatentes. Espadas, armas de fogo e lanças apontadas para Vermelho. Laura sentiu fluir a mesma energia monstruosa que tomou conta do saguĂ£o de inscrições do torneio dias atrĂ¡s.

Os soldados nĂ£o conseguiam se mover. NinguĂ©m se mexia. Os olhos de Vermelho pareciam arder. E entĂ£o ele sumiu. Nenhum rastro de energia. Todos ainda estupefatos com o que acabaram de presenciar. Os capas-brancas estavam perdidos, nĂ£o sabiam como e onde procura-lo.

Mas Laura tinha uma pista do que fazer. Iria atrĂ¡s do homem. Queria, de uma vez por todas, descobrir o que seus sonhos significavam e o que deveria fazer.

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sĂ¡bado, 6 de outubro de 2018

Quebrando o gelo


Levou algumas semanas atĂ© que o Torneio MĂ­stico de fato chegasse Ă  fase principal. Laura perdeu as contas de quantos combatentes derrubou nas qualificatĂ³rias. Nenhum deles era quem procurava, no entanto.

Na fase regular, nenhum dos lutadores chamou atenĂ§Ă£o da dama do fogo. Era visĂ­vel seu desinteresse pelas lutas. Pisava na arena, cumprimentava o adversĂ¡rio e em segundos voltava a sair.

Da primeira vez que participou do torneio fez questĂ£o de saborear cada luta. Estudar os adversĂ¡rios. Encarava tudo como um grandioso show, Ă  Ă©poca. A segunda competiĂ§Ă£o era diferente. O pĂºblico delirava quando a campeĂ£ pisava na arena. Os gritos aumentavam cada vez que ela nocauteava um lutador.

Havia algum candidato pĂ¡reo para Laura, a poderosa dama do fogo? Ela nem mesmo tinha usado de suas chamas que a consagraram. A jovem parecia ainda mais forte, aos olhos do pĂºblico. “A dama do fogo nĂ£o quer perder tempo em busca de seu segundo tĂ­tulo”, dizia a voz de um dos narradores, que ecoava pela arena.

EntĂ£o chegou a semifinal. Apenas uma luta separava a jovem do confronto com aquele que ela acreditava ser a figura presente em seus sonhos. Nem procurava mais saber quem eram seus adversĂ¡rios, tamanha era a concentraĂ§Ă£o que tinha na grande luta.

Saiu do vestiĂ¡rio. Caminhou lentamente atĂ© o centro da arena. Enquanto andava, decidiu aproveitar ao menos aquele combate, e acenou para a plateia. “A dama de fogo parece aquecida hoje”, disparou um comentarista, fazendo o pĂºblico gargalhar com o trocadilho. Laura tambĂ©m riu.

“Definitivamente vai ser um confronto histĂ³rico. De um lado tempos a campeĂ£ da ediĂ§Ă£o passada, um verdadeiro prodĂ­gio. Do outro, vemos um desafiante que teve lutas extremamente rĂ¡pidas, se Ă© que podemos chamar isso de luta”, declarou um narrador.

“NĂ£o Ă© como se a campeĂ£ tivesse se estendido em seus combates tambĂ©m. Tudo indica que haverĂ¡ um confronto equilibrado”, complementou outro apresentador.

Como assim um confronto equilibrado? Quem era o desafiante que se colocava no caminho entre Laura e o combatente misterioso? Ficou curiosa e acelerou o ritmo da caminhada até o palco da luta.
Subiu os degraus do centro da arena. Avistou uma figura vindo do outro lado. Era seu adversĂ¡rio. Claramente o combatente que viu diversas vezes em seus sonhos. Ironia enfrenta-lo em uma semifinal? Certamente, concluiu.

“Espero que seja desafio suficiente pra mim”, disparou a loira. NĂ£o sabia de onde vieram aquelas palavras, mas gostou de como soaram. O desafiante nĂ£o disse nada. Olhou para Laura, como se nĂ£o acreditasse no que acabara de ouvir.

Pela primeira vez ela viu os olhos de seu adversĂ¡rio. Castanhos, tal qual o cabelo do indivĂ­duo. Alguma coisa nĂ£o estava certa, pensou. Era como se os cabelos e olhos do rapaz nĂ£o fossem naturais.
NĂ£o teve tempo de pensar mais sobre o assunto. Assim que o Ă¡rbitro autorizou, o combatente fez o primeiro movimento. Uma investida rĂ¡pida e direta. NĂ£o havia sequer movido os punhos. NĂ£o que Laura tivesse visto.

Ela sentiu frio. Como nunca havia sentido antes. Seria o poder do desafiante? NĂ£o arriscou subestima-lo novamente. Em segundos o corpo de Laura foi encoberto por magma ardente. Quem olhava de longe via o que parecia ser um enorme pedaço de brasa.

“As coisas começaram a esquentar”, declarou um dos narradores. A dama do fogo sequer ouviu o trocadilho. Focou seu olhar Ă  frente, no lutador que enfrentava. ApĂ³s a primeira investida ele voltou Ă  posiĂ§Ă£o inicial e ficou imĂ³vel.

Apesar do fogo que lhe protegia, Laura ainda sentia frio. Reparou que a mĂ£o esquerda estava congelando. Era o Ăºnico lugar que o magma nĂ£o cobriu. NĂ£o poderia ser atingida novamente, pensou.

Investiu contra o adversĂ¡rio. Uma pequena chama se fez em sua mĂ£o direita e foi disparada em direĂ§Ă£o ao lutador. TĂ£o rĂ¡pido que olhares menos atentos nĂ£o faziam ideia do que houve. O combatente permaneceu imĂ³vel. Era como se nĂ£o tivesse sido atingido.

Laura enfureceu-se. Sentia-se humilhada. Como aquele homem ousava fazer pouco caso da dama do fogo? Continuava ardendo, e o magma deixava de ter a silhueta da moça para crescer.

O fogo tomou a forma de um ser enorme, bĂ­pede. A figura tinha feições femininas e empunhava escudo e espada, feitos da mais pura chama. O Ă¡rbitro se afastou da arena. O pĂºblico, nas arquibancadas, sentiu um enorme desconforto por conta da temperatura. Tudo aconteceu enquanto Laura corria em direĂ§Ă£o ao adversĂ¡rio.

Reparou na expressĂ£o do homem. O rosto mantinha a mesma feiĂ§Ă£o de quando ele pisou na arena. Pareceu nĂ£o ter se impressionado com o aparente poder da dama do fogo.

Ele começou a se mover, lentamente. Laura desferiu um soco. Comandava a monstruosidade de fogo que a protegia. A espada chamuscante transformou-se em uma mĂ£o ardente, que foi em direĂ§Ă£o ao lutador.

O rapaz desapareceu. Como? Foi tĂ£o rĂ¡pido que ninguĂ©m conseguiu ver. Ou quase. Acostumadas ao show do rapaz, duas figuras que estavam nas arquibancadas assistiam a luta, mas nĂ£o pareciam nada surpresas com o desenrolar do combate.

Frio. Laura sentiu frio mais uma vez. As chamas que a protegiam segundos atrĂ¡s desapareceram mais rĂ¡pido do que surgiram. A dama do fogo sentiu o calor deixar seu corpo. NĂ£o conseguia se mexer. Uma camada azul tomou conta da jovem.

Era claramente visĂ­vel a quem estava nas arquibancadas. Laura estava congelada. Ela sentia muito frio. De alguma forma, estava consciente, mesmo que um bloco de gelo tenha se formado ao redor de seu corpo.

Conseguiria derreter? Buscou em seu interior a força necessĂ¡ria para soltar-se, quebrar o gelo. O Ă¡rbitro ensaiava voltar ao palco da luta e declarar o desafiante como vencedor quando o coraĂ§Ă£o da moça explodiu em chamas.

O gelo transformou-se em vapor, tamanha era a temperatura emanando de Laura. Estava diferente. Nenhum magma cobria seu corpo. Laura sentia como se fosse o prĂ³prio fogo. O pĂºblico delirou com seu retorno triunfante. Mas isso nĂ£o impressionou o lutador.

“Acredite em mim, nĂ£o Ă© nada pessoal”, ela ouviu dos lĂ¡bios do adversĂ¡rio. Quando se aproximou tanto dela? A voz era a mesma que ouviu em seus sonhos. Laura teve certeza de que era ele.

Conseguiu sentir o toque do adversĂ¡rio na pele. Por pouco tempo. Ele se posicionou Ă  frente da dama do fogo e a golpeou no peito esquerdo. Era como se sua mĂ£o tivesse atingido o coraĂ§Ă£o de Laura.

Frio. Mais uma vez. O gelo estava agora nas veias da moça. Sentia o coraĂ§Ă£o bater cada vez menos. A consciĂªncia começou a se esvair. “A propĂ³sito, vocĂª sequer perguntou meu nome. Me chamam de Vermelho”, disse o adversĂ¡rio, enquanto o mundo da mulher escurecia.

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