quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

O retorno de Grand Chase | Foi em grande estilo?


Grand Chase foi por muitos anos um dos jogos mais populares no Brasil. Desenvolvido e publicado pela KOG no resto do mundo, em terras tupiniquins o game era mantido pela Level Up Games.

Houve todo um cuidado com a localização do jogo, que recebeu até dublagem durante seus quase dez anos de atividade. O esmero na localização explica o carinho especial dos brasileiros por Grand Chase e também a decepção de muitos quando em 2015 foi anunciado o fim do jogo. Rumores dão conta de que na época até houve esforço da LUG para adquirir os direitos do game, mas a KOG se negou a vendê-los.

Desde sua morte oficial, Grand Chase não foi esquecido. No Brasil o jogo recebeu diversos servidores piratas, mas que não tinham novos personagens e que acabavam enjoando os jogadores. Mas eis que chega 2018 e a KOG anuncia o retorno do título. Desta vez o game foi lançado para plataformas móveis. Há alguns meses servidores ao redor do mundo estavam liberados, e no dia 27 de novembro foi liberado o acesso de brasileiros ao jogo.

Confesso que não ouvi falar do novo Grand Chase até duas semanas antes de seu lançamento. Apareceu como sugestão de pré-registro na Google Play, fiz minha inscrição e compartilhei com outras "viúvas" deixadas pelo jogo original, fazendo meu papel de espalhar a palavra. Também não pesquisei sobre gameplays e afins antes do lançamento de um servidor nacional. 

Não pesquisar foi uma decisão consciente por dois motivos: não queria tomar spoiler do conteúdo e também não queria me decepcionar caso não atendesse minhas expectativas - que estavam bem altas, diga-se de passagem. Agora, alguns meses depois do lançamento, vamos tentar responder aos poucos a seguinte pergunta: o retorno foi em grande estilo?

O que é legal

Eu seria extremamente injusto se não começasse falando da localização. Pra mim foi o fator marcante no Grand Chase que era habituado a jogar. As falas dubladas, a tradução dos menus... Tudo em uma época na qual traduzir jogos era algo bem incomum, limitado a traduções não oficiais disponibilizadas em fóruns como o Game Vício. 

E a localização também está presente na nova versão. O servidor foi lançado com alguns erros de tradução - que os desenvolvedores disseram que vão corrigir em breve, pois não poderiam adiar o lançamento - mas nota-se o esmero na localização. 

Os personagens tem interações dubladas, os quadrinhos que surgem no enredo estão traduzidos, tudo como manda o figurino. Tem até algumas coisinhas que considero extras, como o nome do dublador na ficha de personagem. Definitivamente podemos dizer que a KOG caprichou por aqui.

A trilha sonora também é um ponto a se ressaltar. Ela é ok, e vou usar o clichê "cumpre bem seu papel". E o estilo gráfico também é muito bonito. As animações - de movimentos de personagens a golpes - são bem feitas e detalhadas. O estilo cartunesco contribui muito para isso, e a movimentação passa uma enorme sensação de fluidez durante a jogatina.

Para encerrar os pontos positivos, vamos falar da variedade de personagens. São dezenas de personagens disponíveis. Eles são divididos em classes como Tank, Healer, Archer, Mage e Warrior. Como as missões são feitas em grupos com quatro personagens, não é possível agregar todas as classes em uma única equipe, mas podem ser feitas combinações bem interessantes, por sinal.



O que não é legal

Vamos ao que me deixou um pouco decepcionado em relação ao jogo em si. A primeira coisa é o estilo gacha. Para quem não conhece, esse estilo tem origem nas máquinas de gashapon (ou gachapon), que são bem populares no Japão. Nestas máquinas você coloca dinheiro e recebe um boneco de PVC. Nos jogos que usam o estilo, significa que o jogador gasta - moeda do jogo e dinheiro real também - para "invocar" personagens. 

Até que não parece tão ruim, não é mesmo? Se você não está familiarizado com o gênero - bem popular atualmente em grandes franquias portadas para dispositivos móveis - vou te explicar os motivos de não gostar do sistema de gacha. Em Grand Chase os personagens são divididos por estrelas e rank de raridade (que vai de B a SR, em ordem crescente de poder). Ao fazer um summon de herói, há chances de que ele seja de uma classe alta ou baixa. 

Mas é óbvio que essas invocações não são facilitadas e geralmente exigem uma grande quantidade de moeda específica pra isso, que pode ser adquirida com muito esforço ou investindo alguns taokeis. Aí está o pulo do gato: se você quiser ter um personagem realmente forte precisa gastar muito tempo ou uma bela grana para ter a chance de tentar sortear um herói bacana. A mecânica toda é feita com base em sorte. Não é algo que me agrada, particularmente, mas que trata-se de uma fórmula rentável, então é compreensível a utilização da mecânica de gacha aqui.

A jogabilidade também não me agradou muito. Alguns jogos similares, como Bleach: Brave Souls, usam joystick virtual e habilidades clicáveis com botões emulando um controle tradicional. Já no Grand Chase o jogador precisa clicar no local onde quer que os personagens cheguem e clicar e arrastar habilidades. Não é o fim do mundo, e me lembrou bastante a jogabilidade de Vainglory, mas, como disse ao início do parágrafo, não gostei. No entanto, é possível ativar as opções auto move e auto skill, e deixar o jogo se jogar sozinho em missões e até mesmo no PVP.

Veredito

No fim das contas, podemos avaliar que sim, Grand Chase voltou em grande estilo. Quem tem familiaridade com a lore, conhece personagens e o universo do game, vai gostar bastante do que a KOG fez por aqui. O jogo está disponível para Android e iOS

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