sƔbado, 16 de marƧo de 2019

Sobre o tempo em que eu tinha tempo

Foto: Aaron Jasinski, Know Your Roots, 2011
Me lembro perfeitamente da rotina que tinha quando era pequeno. Saƭa da escola pontualmente Ơs 11h30, chegava em casa Ơs 11h45, almoƧava e tinha tempo livre atƩ o inƭcio da noite. Preenchia o que pareciam ser infinitas horas com cursos, tempo em frente ao meu Super Nintendo, lendo ou brincando na rua.

Lembro também como era aguardar ansiosamente o lançamento de algum filme e não ter dinheiro para ir ao cinema, afinal, o sustento da casa era provido pelo meu pai, e não sobrava muito no fim do mês quando o objetivo era sustentar quatro filhos. Comecei a trabalhar aos fins de semana para ajudar, mas ainda me sobrava muito tempo livre.

Hoje, mais de dez anos depois, ocorre o inverso. Consigo, sem muita dificuldade, comprar um livro aqui, outro ali, e faço o mesmo com filmes e jogos. A maior dificuldade é conseguir uma brecha na agenda e consumir o conteúdo que eu tanto gosto. A questão deixou de ser dinheiro.

A impressĆ£o que tenho atualmente Ć© que das 6h Ć s 22h nĆ£o consigo fazer absolutamente nada, e quando sobram algumas horinhas me pego procrastinando, navegando em redes sociais. AtĆ© o tempo que destinava para escrever em projetos pessoais estĆ” escasso. 

Só hoje, com vinte e tantos anos, compreendo que o tempo é um dos recursos mais preciosos que temos. Não é à toa que muitas empresas pagam por hora. AliÔs, você, leitor ou leitora, jÔ parou para calcular quanto vale uma hora do seu tempo? Você recebe R$ 5, R$ 10 ou R$ 20 por hora? Mais que isso? Acha justo?

Paralelo a isso, quanto tempo vocĆŖ reserva para si mesmo, para realizar alguma atividade ou consumir conteĆŗdo que te faƧa bem? E quanto tempo vocĆŖ desperdiƧa procrastinando ou simplesmente buscando desculpas para nĆ£o ser uma pessoa realizada? 

Atualmente me encontro esperando que sobrem algumas horinhas para me dedicar a responder essas perguntas. Enquanto isso não acontece, sigo sentindo falta da época em que eu tinha tempo para fazer o que quisesse. Como diria o cantor e compositor Cazuza, o tempo não para!

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