The Legend of Zelda é uma série de jogos que sempre me
intrigou bastante. Não no sentido ruim da coisa, e sim por uma série de
motivos. O primeiro deles é que quando joguei Ocarina of Time (o mais aclamado
da franquia, acredito) ainda tinha seis ou sete anos, e não entendi nada do que
acontecia na tela.
Um outro motivo é o tamanho do mapa e a forma como as coisas
funcionam na série. Desde o primeiro jogo até Breath of The Wild, Legend Of
Zelda oferece mapas enormes e as indicações de objetivos tendem a ser muito
sutis, fazendo com que o jogador precise andar bastante até encontrar a próxima
vírgula da história e chegar à conclusão.
O terceiro ponto está nas dungeons e seus puzzles. Não tenho
vergonha alguma em admitir que me sinto MUITO burro ao passar horas tentando
resolver um quebra-cabeça dentro de alguma dungeon e de repente descobrir que a
solução era estupidamente simples.
Coloque estes três motivos em um refratário médio,
acrescente um pouco de falta de vontade e chegue à seguinte conclusão: eu nunca
tinha terminado um game da série Zelda. Não até 2018.
No começo do ano, após muitas idas e vindas, finalmente
consegui comprar um Nintendo 3DS. Obviamente foi pra jogar Pokémon – uma experiência,
aliás, que não cabe aqui neste post – porém fui pesquisar sobre outros games
para o portátil, e uma recomendação recorrente era A Link Between Worlds.
Decidi dar uma nova chance à franquia. Pensei que, de fato,
alguns jogos não são feitos para todos os tipos de jogadores, mas não custaria
muito abrir espaço para o game. Acredito que nunca vou me arrepender de ter
feito isso.
A Link Between Worlds foi lançado em 2013 oficialmente como
continuação de A Link to The Past, do Super Nintendo. No Japão, aliás, o jogo
recebeu o título de The Legend of Zelda: Triforce of the Gods 2.
O enredo do jogo é bem simples, diga-se de passagem. Logo no
início você é apresentado a Ravio, um personagem misterioso e simpático que te
empresta um bracelete. Minutos depois e o jogador se depara com Yuga, um mago
do mal que transforma as pessoas em pintura.
Quando o mago coloca o personagem principal na parede, Link
consegue escapar por conta do bracelete que lhe foi entregue. E aí começa toda
a jornada de salvar o reino de Hyrule.
Em dado momento aparece a conexão com outro mundo, o que
justifica a ligação com A Link to The Past. O herói passa a viajar por Lorule,
uma versão alternativa de Hyrule e que trata-se do reino onde Yuga escondeu os
sete sábios, com o objetivo de usar seus poderes para dominar o mundo e
controlar a Triforce, não necessariamente nesta ordem.
E como é feita a transição entre os dois mundos? Usando
aquele bracelete que citei alguns parágrafos acima. Por ter propriedades
mágicas, ele possibilita ao herói entrar nas paredes e passar por fissuras de
ligação entre os reinos. Essa mecânica é o que faz o jogo rodar, e auxilia
muitas vezes na resolução de quebra-cabeças.
Diferente do que ocorre em outros jogos da série, A Link
Between Worlds te deixa usar todos os equipamentos desde o início. Ou quase
todos, já que um dos itens apenas é liberado após resgatar certo personagem.
Os equipamentos são alugados, e da primeira vez é de graça.
Se você morrer, todos os itens que carregava voltam para Ravio, o dono deles e
que abre uma lojinha na sua casa. Em determinado ponto do game abre-se a
possibilidade de comprar os itens para que sejam permanentemente seus.
A segunda tela do 3DS é utilizada como inventário e também
mapa. Algo que achei muito bacana é que o game deixa marcado seus objetivos
primários com um belo “X” em cada ponto, mas ainda te deixa marcar alguns
locais com alfinetes.
E lembra que no começo falei sobre os mapas
desnecessariamente grandes de Legend of Zelda? Em A Link Between Worlds o mapa
é relativamente grande, sim, porém a Nintendo fez um excelente trabalho para
tornar as coisas mais interessantes nesse sentido.
O fast travel do
jogo funciona à base de checkpoints, que são descobertos através de cucos
espalhados pelo mapa. Isso é apresentado no encontro com uma simpática
bruxinha, que lhe dá um sino e pede para que o jogador toque toda vez que
quiser ser levado a algum ponto distante.
Acontece que em determinado momento eu senti que conhecia
tanto Hyrule e Lorule que praticamente abandonei o fast travel. Era prazeroso chegar à próxima etapa da história
principal. Paralelo a isso eu conseguia enfrentar alguns inimigos pelo mapa e
angariar rupees para comprar equipamentos
novos, ou mesmo encontrar alguns bichinhos de uma sidequest que me deixava
melhorar os itens que tinha adquirido de forma permanente.
Em Link Between Worlds a exploração é encorajada, e não
punida. Você pode até não encontrar um grande objetivo apenas “sapeando” pelo
território de Hyrule, mas acaba se deparando com uma garrafa onde poderá
acumular poção, ou com uma vidente que te dá dicas de como acessar determinadas
dungeons e qual será seu próximo desafio na história principal.
As dungeons, por sinal, não são nada tediosas. Foi o
primeiro Legend of Zelda no qual não me senti um imbecil por não decifrar os
enigmas. Fiquei empacado alguns minutos em certos locais? Mas nada que mudar a
ordem das dungeons e voltar depois não tenha resolvido.
A Link Between Worlds definitivamente não dá respostas
fáceis, e em nenhum momento subestima o jogador.
Outro ponto que prende bastante é a trilha sonora. Jogar A
Link Between Worlds sem fones de ouvido decentes é uma injustiça com a música e
os efeitos sonoros do jogo.
O tema de Hyrule se tornou facilmente a minha trilha sonora
favorita de games. E a releitura de Zelda’s Lullaby? Simplesmente fascinante e
muito difícil de descrever a sensação de ouvi-la no Milk Bar. E lembra que
alguns parágrafos acima citei o fast
travel? Pois é, até o barulho feito pelo sino usado nas viagens rápidas é
bacana.
Hyrule at Peace: facilmente a melhor música do jogo
E toda essa experiência dura apenas 16 horas.
Particularmente, levei 18 horas para “fechar” o jogo, e ainda deixei muitos
colecionáveis e corações pra trás. Acho que até deixei de pegar uma das roupas
do herói na primeira run, o que me
incentivou a abrir um novo save e
jogar de forma complecionista.
Indubitavelmente, The Legend of Zelda: A Link Between Worlds
é o melhor jogo de 3DS. Se você tem um portátil da linha, acredite, compensa e
muito a compra do título. Digamos que ele seria 10/10 no meu ranking.
Aliás, o game me fez ficar interessado em outros títulos da série
e motivou até mesmo a comprar outro console da Nintendo, mas isso é história
para outra postagem.
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