Se tem algo sobre o que gosto de escrever é minha
experiência com eletrônicos, sejam eles consoles, computadores, celulares e
afins. No finado Sleopand vez ou outra fazia uma postagem do gênero,
principalmente no início do blog e, devido a alguns acontecimentos recentes,
decidi escrever esse tipo de situação aqui no Multiverso Convergente.
Pra começo de conversa, o título da postagem é totalmente
verídico: estou utilizando um iPhone 4 em pleno ano de 2016 (e possivelmente
ele continuará ao meu lado em 2017 e também em 2018, haha).
E o que me levou a adquirir um smartphone que foi lançado em
2010? Primeiramente a necessidade. Eu (ainda) tenho um Moto E 1ª Geração que
comprei em 2014. Apesar das limitações de memória interna é um excelente
aparelho que vinha me acompanhando desde então. Infelizmente eu tive alguns
problemas com ele no começo de 2016: parte da tela meio que ‘queimou’, ficando
com uma tonalidade amarelada, fora que o slot do primeiro chip começou a ejetar
o SIMCard a cada cinco minutos. Até aí tudo ok, ‘dava pra levar’. Depois de um
tempo, no entanto, a bateria dele começou a dar sinais de cansaço e o meu velho
de guerra desligava sempre que o indicador chegava em 60% ou 50%.
Dadas essas condições ficou claro que eu precisava de um
aparelho novo, e a empresa em que trabalho tinha um iPhone 4 praticamente
zerado em uma gaveta aleatória, então fiz um acordo com meu chefe e apliquei
meu banco de horas na ‘compra’ do aparelho. À época eu achei um baita lucro,
porque não tive que gastar um puto pra pegar o tão desejado iPhone. E eu ainda
acho que foi lucrativo, dadas as devidas proporções e levando em conta que
nenhum aparelho acima de R$ 400 se encaixa no meu orçamento atualmente.
Como é a experiência de
uso no geral
A primeira diferença que eu senti quando peguei o iPhone 4
foi por conta da interface, obviamente. Pra quem é acostumado com Android
inicialmente é tudo uma loucura: a loja de aplicativos, a tela inicial, as
configurações... Milhares de coisas pra se mexer!
Eu achei o conceito do iOS de tela inicial bem bacana, pois
tudo fica em uma tela só e você joga em pastas pra organizar. No meu caso,
traumatizado pela falta de espaço no aparelho anterior, instalei bem pouca
coisa: WhatsApp, Messenger, alguns emuladores (falarei sobre isso mais abaixo),
uns tweaks e também Clash Royale e Clash Of Clans. Como meu aparelho tem agora
16GB de espaço coube bem. O que dificulta é a RAM, de apenas 512MB, que acaba
engasgando em algumas situações.
No geral eu percebi que quase não existem apps que podem ser
instalados no celular. Alguns dos mais populares até estão disponíveis, mas a
maioria dos novos joguinhos ou comunicadores instantâneos já não dão suporte ao
iOS 7. Há um motivo totalmente plausível para isso: com pouca memória RAM os
aplicativos pesam demais. O WhatsApp, por exemplo, não funciona em segundo
plano. Toda vez que eu quero saber se tem algo novo tenho que abrir o
aplicativo e esperar ele carregar as mensagens que chegaram.
Aliás, eu tive que fazer jailbreak no sistema, por alguns
motivos também óbvios, sendo eles: 1) o WhatsApp Web só é habilitado através de
um tweak (por sinal quando eu quero usar o WhatsApp no computador tenho que
deixar ele aberto no telefone, pois, como eu disse acima, parece que o segundo
plano dele não funciona como deveria); 2) por algum motivo o iOS só foi ganhar
a diferenciação visual entre maiúsculas e minúsculas no teclado há algumas
versões, então digitar em um teclado que mostrava tudo maiúsculo era
enlouquecedor; 3) como o sistema não tem mais suporte eu me senti livre para
tal. Eu sei que existe toda essa conversa de que jailbreak é ilegal e há muita
insegurança, blá, blá blá, mas não liguei muito. Sinceramente achei que o
sistema é muito fechado, então abrir a jaula amenizou um pouco o problema pra
ter acesso aos meus emuladores.
Por falar em emuladores, foi uma experiência estressante
utilizá-los. Como instalei aqueles não nativos e obtidos de forma gratuita através
da Cydia, tive alguns problemas como roms que não foram reconhecidas
devidamente e etc. Tem um emulador muito bom chamado RetroArch, que é
compatível com quase todos os consoles antigos, que eu recomendo bastante, mas
mesmo ele me deu dor de cabeça e não funcionou quando fiquem sem acesso à
rede. O que me desanimou um pouco de
continuar jogando neles foi o tamanho da tela, que não favorece muito.
E, apesar do iPhone 4 não contar com muitos aplicativos
disponíveis atualmente, ainda há algumas coisas que são mão na roda: o
aplicativo Podcasts, da Apple mesmo, é excelente para gerenciamento de podcasts
e o Books também funciona maravilhosamente bem. Levei um tempo até migrar toda
a minha biblioteca pessoal, mas me adaptei bem.
No mais a experiência de uso não é de todo ruim. Eu entendo
que é um telefone de 2010 funcionando bem ainda em 2016. Ele tem suas muitas
limitações, claro, mas nada que me deixe tão frustrado, pois entendo que se
trata de um celular defasado, só que ainda cumpre o que prometia quando foi
lançado
.
Hardware
Agora que eu contei que o sistema não é lá grande coisa
vamos falar do principal fator que joga na cara o fato do iPhone 4 ter saído
fora de linha há anos: o hardware. A bateria não é lá grande coisa. Ela dura
semanas em standby (dura mesmo, disso não tenho o que reclamar), mas em uso
intenso ela vai pedir aquela ida marota pra tomada a cada duas horas. Nesse
ponto é algo que não me preocupa tanto mais, pois, apesar de ter que executar
tarefas em que eu tenho de ir a campo, passo a maior parte do dia em uma mesa e
com o telefone plugado para receber carga. Ah, e 3G aqui é algo que vai sugar a
bateria de forma mais rápida do que o WiFi.
Já a câmera ainda dá pro gasto. Vindo de alguém que usava um
aparelho sem flash e com resolução mínima, a câmera do iPhone 4 é sensacional.
Até mesmo a frontal ainda permite umas fotos bacanas em determinadas situações
onde o cenário ajuda bastante o fotógrafo. Aqui não há do que reclamar, porque
uso ela em algumas coisas bem pontuais.
Situações como o desempenho geral por conta do hardware eu
já citei alguns parágrafos acima, mas cabe ressaltar que está dentro do
esperado.
Por falar nisso, o único ponto que me incomoda em toda a
construção do aparelho é o frágil botão Home. Ele funcionou bem durante um tempo
mas volta e meia dá problema. Pelo que eu li é algo característico desse
modelo, mas vale a pena deixar clara essa questão.
Conclusão
No mais, não é como se estivesse recomendando a compra do
iPhone 4 em pleno 2016. Longe disso: se você tem a oportunidade pegue algum
aparelho mais atual, acima dos R$ 600 de preferência.
Como falei, estou usando este celular justamente por conta
da necessidade e também outras prioridades que tem mais urgência, afinal,
enquanto ele mandar mensagens e receber ligações ainda está valendo.
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