segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Harry Potter e a Criança Amaldiçoada (ou: como ganhar mais montanhas de dinheiro)

Quando mais novo sempre fui fascinado por literatura fantástica, então acabei lendo muuuuuitas sagas. Jack Farrell, O Hobbit, Senhor dos Anéis e diversos outros livros, alguns de autores que eu nem lembro o nome mais, de tanto faz que os li. 

Uma das sagas pelas quais sempre fui fascinado é Harry Potter. Não lembro ao certo qual foi o ano, mas sei que estava nos primeiros anos de ensino fundamental quando uma professora decidiu mostrar para a classe o filme Harry Potter e a Pedra Filosofal. À época, se bem me lembro, a escola usava VHS, então realmente faz um tempinho mesmo.

Depois que terminei de ver o filme fiquei maravilhado, e alguns coleguinhas comentaram que na verdade existia uma série de livros de Harry Potter, e fui até a biblioteca da escola pra ver se encontrava alguma coisa. Lá estavam dois ou três, que devorei em questão de semanas.

O tempo foi passando e, ao chegar no Ensino Médio, finalmente tive acesso a uma biblioteca em que havia algumas sagas em sequência (inclusive foi lá que conheci Percy Jackson, por exemplo). Consegui ler a saga do Menino Que Sobreviveu de cabo a rabo pelo menos umas três vezes, bem como acompanhei seu desfecho nos filmes também.

Como muitos fãs da saga fiquei surpreso ao descobrir que uma nova obra viria algum tempo depois, e estou falando justamente de Harry Potter e a Criança Amaldiçoada. Se trata de uma peça de teatro escrita por Jack Thorne e dirigida por John Tiffany, que teve seu roteiro publicado como se fosse um livro. É uma história que mostra uma possível continuação da série, muitos anos depois.

Inicialmente ao ver o título publicado como livro fiquei muito animado, mas logo minhas esperanças foram por água abaixo quando me informaram que a obra não passava de diálogos entre os personagens e as descrições de cenas eram contadas como descrições nas trocas de cenário do palco.

Me lembro que uma vez peguei uma obra que achava que era livro e na verdade se tratava do roteiro de uma peça. A sensação foi quase a mesma ao ler Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, com a diferença de que gostei da continuação do universo de J.K. Rowling. 

Não vou me aprofundar nos detalhes da história para, obviamente, não dar spoilers por aqui, mas achei a premissa da trama muito interessante. O enredo tem como personagem um dos filhos de Harry e o filho único de Draco Malfoy, e como eles se envolvem em uma trama que é até convincente.

O fato do 'livro' ser o roteiro da peça de teatro acaba sendo meio... broxante, diversas vezes. Não é que seja de todo ruim. Os capítulos são pequenos, justamente por se tratarem basicamente de diálogos. Mas há algumas partes em que é citado "acontece uma explosão no palco" e "fulano sai do palco, enquanto ciclano entra", por exemplo, que quebram bastante a imersão. A leitura rápida, no entanto, é amiga da obra, o que me fez insistir e chegar até o final. Quando percebi um furo no roteiro, inclusive, já estava praticamente muito perto do fim para simplesmente deixar de ler.

Um problema que pode acabar desagradando os fãs da saga do Potter é que a trama mostra a vida dos personagens anos depois, mas, por ter sido escrita por terceiros, acaba destruindo muito da essência dos que foram protagonistas em livros anteriores. Vemos aqui um Harry mais maduro e um pouco mais sombrio também, além de um Draco Malfoy que parece tentar se redimir de seu passado, e um Rony Weasley totalmente bizarro e que parece aqueles tios que você só vê no fim de ano e sempre fazem a piada do pavê. Esses personagens muitas vezes tem falas que não condizem com o apresentado anteriormente nesse universo.

Em uma das minhas andanças por fóruns de potterheads li alguém comentando que se a J.K. tivesses interferido um pouco mais na publicação da obra e transformado em um romance propriamente dito poderia haver uma série de melhorias. Concordo plenamente com essa firmação. É bacana 'voltar' à plataforma 9 3/4 novamente? Seria, de fato, se tivéssemos retornado. As pessoas não gostam de ler isso, mas vejo A Criança Amaldiçoada como mais uma forma de ganhar montanhas de dinheiro de fãs que estão ávidos por uma continuação que adorariam ver desenvolvida de uma forma mais profunda. 

No entanto, mais uma vez volto a dizer que a leitura rápida beneficia a trama. Eu classificaria mais como um conto do universo Harry Potter do que qualquer outra coisa, e isso sim é digno de nota. Mas há um lado bom nisso: se no fim das contas o 'novo livro' se mostrar um sucesso comercial estrondoso, pode acabar virando filme, e ser mais aprofundado. Isso sim seria de fato muito legal.

Cabe deixar claro aqui que nem de longe achei o a história desprezível. Ela tem um furo? Sim. Falta profundidade? Com certeza! Mas isso é justamente por se tratar do roteiro de uma peça de teatro e que não foi remodelado antes de sua publicação. Porém, achei que a motivação dos personagens é bem "Ok" e gostei do que poderia ser o início de um novo arco, contando as aventuras do novo Potter. Também me deu vontade de assistir a encenação e ver como é o jogo de troca de cenários em uma trama que viaja por tantos lugares diferentes de forma rápida.

No mais, se você é um fã da saga do Menino Que Sobreviveu, assim como este que escreve é, acredito que valha a pena comprar o livro. Até porque pelo fato de ter o selo de aprovação da J.K. Rowling não é pouca coisa, e pode ser considerado um cânon sobre como a vida dos nossos queridos protagonistas ficou após a derrota de Voldemort. 

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